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1 Fevereiro, 2024

“Os Agricultores Portugueses não saem da Estrada. Somos nós que pomos a comida na mesa do país”

Fronteira do Caia (Portugal-Espanha) com vários quilómetros de estradas com trânsito condicionado.

Os agricultores estão hoje na rua com os seus tratores, de norte a sul do país, reclamando a valorização do setor e condições justas, tal como tem acontecido em outros pontos da Europa.

O protesto, uma iniciativa do Movimento Civil de Agricultores, decorre um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC).

O pacote abrange entre outras, medidas à produção, no valor de 200 milhões de euros, assegurando a cobertura das quebras de produção e a criação de uma linha de crédito de 50 milhões de euros, com taxa de juro zero.

Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira pelo movimento, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.

António Pinheiro é agricultor na região do Alentejo e sublinha que “esta é uma manifestação de agricultores, não é de confederações nem organizações, que se sentem lesados e roubados pelas más políticas governativas dos últimos anos que querem levar os agricultores ao desespero e à desistência da agricultura portuguesa, que são quem mete a comida na mesa”.

“Queremos que nos seja dado o devido valor pelos nossos produtos e que nos seja dado o que foi prometido inicialmente com o valor das ajudas negociadas com Bruxelas, que tiveram um corte absurdo na ordem dos 35 a 40% e , sem explicação, não foram pagas aos agricultores quando há compromissos assumidos com entidades bancarias e fornecedores. Tudo o que são fatores de produção aumenta brutalmente e o agricultor só tem desincentivos para a pratica da agricultura”.

“Queremos que seja revista a PEPAC, que foi um erro crasso da ministra, que é uma vergonha para os agricultores portugueses”.

António Pinheiro assegura que “os agricultores portugueses não saem da estrada até ao IFAP – Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas assegurar, por escrito, a revisão do PEPAC e sejam restituídos aos agricultores os valores e ajudas em causa”

Os acessos ao país vizinho (Espanha) estão condicionados pelos agricultores, nas zonas de fronteira, sendo que, após avisos das autoridades, os manifestantes estão a deixar fluir o trânsito de hora a hora.

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