ActualRegional
1 Fevereiro, 2024

Centenas de trabalhadores da Hutchinson em greve: “Estamos em Luta. Os números também Comem”

Os trabalhadores da multinacional Hutchinson, em Campo Maior têm em curso uma greve de 24 horas.

O protesto por melhores condições salariais teve início às 22 horas da passada quarta-feira, 31 de janeiro e irá prolongar-se até às 22 horas desta quinta-feira, 1 de fevereiro.

Mais de uma centena de trabalhadores estão concentradas à entrada das instalações entoando palavras de ordem e exigindo serem ouvidos pela administração.

Maria Demétrio, em representação do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul da CGTP, referiu à Perspetiva os motivos que estão na base do descontentamento:

“Estamos em luta pelo nosso aumento salarial. Quem entra agora não está mal pago, os que trabalham aqui há 10, 20 anos é que estão. Reivindicamos um aumento salarial, no mínimo de 100 euros, no ordenado base. Inicialmente exigíamos 150, entretanto baixamos para os 100 e a empresa não nos responde”, afirmou.

“Estamos em Luta. Para a administração Somos Números, mas os Números também Comem”

Maria Demétrio

De acordo com a responsável, a paragem e contestação pode não ficar por aqui. “Por agora paralisamos durante 24 horas, mas se a empresa não nos der respostas faremos mais dias de greve”, assegurou.

“Eles (administração) pensavam que isto não ia a acontecer, mas nos estamos a lutar pelos nossos direitos. A empresa tem dinheiro para nos dar, porque se tem dinheiro para investir em robots e em muito mais, também tem de ter para a produção. Uma multinacional como a Hutchinson não se justificam os aumentos salariais de 60 euros. Ganhamos o ordenado mínimo nacional”.

Maria Demétrio referiu ainda porque considera que a luta dos trabalhadores é legítima.

“Estamos aqui a lutar. Esta é uma empresa que só pensa na faturação, nós somos apenas números, mas os números também comem. Tudo subiu, a água a luz e merecemos mais depois de tantos anos aqui a trabalhar”.

A empresa Hutchinson, em Campo Maior, tem 595 colaboradores efetivos e 300 a contrato, provenientes dos concelhos de Elvas, Campo Maior, Portalegre e Arronches.

O protesto exige também a atualização do subsídio refeição para o máximo permitido em cartão, o pagamento das horas trabalhadas ao sábado e feriado em horário normal, como trabalho suplementar, a criação de diuturnidades, e atribuição do dia de aniversário.

About this author

0 comments

There are no comments for this post yet.

Be the first to comment. Click here.