ActualRegional
7 Fevereiro, 2025

Mocinha e ex-diretor do Departamento Financeiro da Câmara de Elvas terão alegadamente lesado o Município em cerca de 300 mil euros

Rondão Almeida reage: "Parto do princípio que ele está 100% inocente".

O Município de Elvas terá sido alegadamente lesado em cerca de 300 mil euros.

De acordo com uma nota publicada na página de Internet do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, consultada hoje ( 7 de fevereiro) pela agência Lusa, a acusação relata que entre junho de 2016 e fevereiro de 2018, e “mediante a influência” de um funcionário da autarquia, Nuno Mocinha celebrou quatro contratos de aquisição de serviços de limpeza, mediante procedimento de ajuste direto.

O funcionário a que alude o processo era, à altura dos factos, diretor do Departamento Financeiro e Desenvolvimento da Câmara Municipal de Elvas, tendo abandonado o cargo em 2019.

Além do antigo autarca socialista, a acusação também recai sobre o ex-diretor do Departamento Financeiro da Câmara de Elvas.

Segundo o DIAP de Évora, que dirigiu o inquérito, a acusação sublinha que a celebração desses contratos serviu “para benefício económico” da então companheira (empresária no ramo da limpeza) do referido funcionário, “com violação de normas” do procedimento administrativo e de contratação pública.

Ainda de acordo com a acusação, Nuno Mocinha e o referido funcionário “indicaram a mesma empresa” ao executivo da Junta de Freguesia da Assunção, Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso, logrando dessa forma a celebração de mais um contrato com recurso ao procedimento de ajuste direto, em benefício da empresa detida pela companheira do funcionário do departamento financeiro do município.

O Ministério Público contabilizou as vantagens pagas às sociedades beneficiárias que lesaram o município em 292.735,77 euros, tendo sido peticionado que as mesmas fossem declaradas a favor do Estado e condenando-se os arguidos no seu pagamento“, lê-se na nota.

De acordo com o documento, decorre agora o prazo para eventual abertura de instrução que, a não ser requerida, determinará a remessa do processo para julgamento.

Recorde-se que há precisamente uma semana, Nuno Mocinha, em conferência de imprensa, anunciou que era acusado neste processo, assegurando que “está de consciência tranquila” relativamente a este assunto e aos procedimentos que realizou, ao mesmo tempo que garantia que esta situação em nada prejudicará a sua candidatura à presidência da Câmara de Elvas, nas próximas autárquicas.

Por sua vez, Rondão Almeida, atual Presidente da Câmara Municipal de Elvas, que assumiu a gestão autárquica após a derrota eleitoral de Nuno Mocinha, quando questionado sobre este assunto, referiu que espera ver a inocência do ex-autarca reconhecida no tribunal:

“Que o Drº Nuno Mocinha chegue ao fim disto tudo e que saia completamente isento e que tenha muita sorte no futuro (…) O Nuno terá oportunidade para se justificar no local adequado e eu, pelo menos, parto do princípio que ele está 100% inocente”, disse.

Quando questionado sobre a acusação que recaí sobre Nuno Mocinha e o ex-diretor do Departamento Financeiro da Câmara de Elvas, Rondão condena o julgamento em praça pública:

“As acusações são feitas, mas o que conta é a palavra do juiz no final. De resto, o mal destas situações é as pessoas serem julgadas na praça pública muito antes do juiz tomar uma decisão. É o que está a acontecer com ele e podia estar a acontecer comigo e eu estaria triste e aquilo que eu espero é que ele saia bem nesta situação toda”, afirmou.

About this author

0 comments

There are no comments for this post yet.

Be the first to comment. Click here.