Júlio IsidroOpinião
27 Julho, 2016

Os Irmãos Unidos

Nunca se viu tão poucos poderosos a precisarem tanto de tantos fracos.

Uns são mais irmãos do que outros. Outros apenas primos afastados que obedecem a tios abastados.
Os mais crescidos querem tomar conta dos mais pequenitos, dizem que desinteressadamente. Nunca se viu tão poucos poderosos a precisarem tanto de tantos fracos.
Afirmam-se muito unidos, mas a verdade é que mais do que juntos, sentem-se encurralados.
Estava tudo a correr tão bem nesta democracia de sentido único, os funcionários tão bem instalados na vida a executarem os desígnios dos seus senhores e vêm agora aqueles ilhéus dizer que preferem viver à sua maneira, mesmo que de momento seja mal. Acreditam que melhores dias virão e talvez venham a dar alento a que outros irmãos unidos se perguntem sobre o que é que andam ali a fazer.
Mesmo que seja só isso, mas do susto não se livram.
A unidade é uma coisa, a unicidade outra. A diversidade é boa para unir nas diferenças, a uniformidade é a morte da vitalidade.
Não sabemos o que vai acontecer. Mas sabemos o que aconteceu quando aqueles ilhéus foram encorajados por um senhor que fumava charuto e acreditava no seu povo. Não os enganou com promessas coloridas.
Deram a volta por cima com sangue suor e lágrimas.
Recordo o que ele disse em 1942 quando os britânicos venceram os alemães em Al Alamein no Egipto.
“Isto não é o fim. Nem é mesmo o princípio do fim. Talvez seja o fim …do princípio”.

avi

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