José Eduardo Gonçalves acusa “geringonça de Elvas” de trair vontade dos eleitores
Candidato mais votado do Chega para a Assembleia Municipal denuncia “jogo político sujo” entre o Movimento Cívico por Elvas e o PS.
José Eduardo Gonçalves, candidato mais votado pelo Chega à Assembleia Municipal de Elvas nas eleições autárquicas de 12 de outubro, proferiu esta manhã duras críticas ao cenário político que se formou após o ato eleitoral. A conferência de imprensa decorreu na presença de membros da Assembleia Municipal e dos dois vereadores eleitos pelo partido na Câmara Municipal de Elvas.
Visivelmente insatisfeito com os acontecimentos pós-eleitorais, o agora deputado do Chega não poupou palavras:
“Estou triste, desiludido e chateado. Nunca pensei que pudesse acontecer o pós-12 de outubro em Elvas. Foi um jogo político sujo, de baixo nível, impossível de acontecer numa cidade como a minha.”
“Um acordo legal, mas imoral”
José Eduardo Gonçalves classificou de “vergonha política” o entendimento entre o Movimento Cívico por Elvas e o Partido Socialista, que permitiu a eleição de Graça Luna Pais (Movimento) como presidente da Mesa da Assembleia Municipal.
“Pode ser um acordo legal, mas não é moral. O povo elvense foi enganado.Quem votou a 12 de outubro não votou para isto”, afirmou, acrescentando que “se as eleições fossem hoje, o resultado seria outro”.
O candidato do Chega recordou ainda que o partido elegeu mais de duas dezenas de representantes nas últimas autárquicas e garantiu ter recebido manifestações de desagrado“até de eleitores do PS e do Movimento”, que “não concordam com este acordo”.
Críticas a Luna Pais e aos antigos presidentes
Na mesma conferência, José Eduardo Gonçalves dirigiu críticas a Graça Luna Pais, acusando-a de “falta de comando, educação e categoria”.
“Não é minha presidente da Assembleia Municipal. Vai ter um adversário leal, sério, mas educado”, afirmou.
Apontou igualmente responsabilidades aos autarcas Rondão Almeida e Nuno Mocinha, considerando que ambos “cometeram um grande e grave erro político” ao “patrocinar esta geringonça”.
“Nenhum deles voltará a ser presidente da Câmara de Elvas. Nuno Mocinha não tem condições políticas. Rondão Almeida sairá pela porta pequena e ficará para sempre como o homem da geringonça em Elvas.”
“O Chega não faz coligações com ninguém”
José Eduardo Gonçalves garantiu que o Chega “não se envolverá em coligações nem acordos de conveniência”, frisando que o partido tem dado o exemplo, inclusive nas freguesias.
“Em Santa Eulália e na Junta de Freguesia de Assunção, dissemos não a uma geringonça, mesmo podendo fazê-lo. Não ganhamos nos subterfúgios, ganhamos nos votos”, reforçou.
José Eduardo Gonçalves concluiu com a promessa de que o Chega “continuará a ser uma força rigorosa, transparente e defensora dos direitos dos elvenses”, assegurando que o partido“vai cá estar daqui a quatro anos para devolver a confiança aos eleitores”.
Apesar de garantir que o Chega “vai fazer tudo para que este mandato dure quatro anos”, José Eduardo Gonçalves mostrou-se pouco confiante de que tal venha a acontecer:
“Isto não pode resultar. Mais cedo ou mais tarde, o resultado vai ser mau”, afirmou, sublinhando que o atual cenário político em Elvas “não é sustentável”.
O candidato do Chega responsabilizou não apenas Rondão Almeida e Nuno Mocinha, mas também Sérgio Ventura e Hermenegildo Rodrigues, a quem acusou de serem “coniventes com esta geringonça”. Acrescentou ainda que “já existem duas câmaras, pelo menos em termos de localização”, frisando que “a divisão é clara e já está a acontecer”.
O deputado garantiu que “a mudança vai acontecer a partir de hoje”. Nas suas palavras, o Chega vai assumir-se como “uma força diferente, rigorosa, transparente e determinada em defender os elvenses”.
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