Miguel Rasquinho tomou posse esta segunda-feira, 3 de novembro, como Presidente da Câmara Municipal de Monforte. O novo autarca socialista será acompanhado no Executivo por Raquel Pereira, também do PS, que assume funções de Vice-Presidente, e ainda por Fernando Saião e Pedro Bagorro, ambos da CDU, e João Manuel Barradas, do Movimento de Cidadãos do Concelho de Monforte.
O resultado das eleições de 12 de outubro ditou uma Câmara plural, sem maioria absoluta. No discurso de tomada de posse, Miguel Rasquinho destacou precisamente essa diversidade como um desafio e uma oportunidade:
“Sou Presidente de Câmara, acompanhado por uma vereadora do PS, Raquel Pereira, que será a Vice-Presidente. Dois vereadores da CDU e um vereador do Movimento de Cidadãos. Não existe maioria na Câmara e Assembleia Municipal, e isso é mais do que um desafio. Vejo esta situação como uma oportunidade.”
O autarca sublinhou a necessidade de cooperação entre todos os eleitos:
“Esta é uma Câmara plural. Que sejamos capazes de colocar Monforte acima de tudo, que a política local possa ser feita com respeito e sentido de responsabilidade.”
Defendeu ainda que a governação será feita com proximidade, transparência, diálogo e respeito por todos, garantindo:
“Quero ser um Presidente próximo e acessível. Quero que este mandato seja um mandato em que o diálogo substitua o confronto e o respeito substitua a divisão.”
Rasquinho apelou à estabilidade política e à corresponsabilidade de todos os eleitos:
“A responsabilidade governativa não é só minha. A responsabilidade governativa é de todos os eleitos, de quem governa e de quem fiscaliza. O futuro de Monforte não se faz com muros, mas com pontes.”
O autarca mostrou também disponibilidade para trabalhar, em conjunto com as restantes forças eleitas, em prol do concelho:
“Estou totalmente disponível para falar, propor, aceitar propostas e alternativas à nossa carta de compromisso. Este será um mandato de compromisso e não de trincheiras, de união e não de divisão. Os olhos dos monfortenses estão postos em nós e temos de saber respeitar os mandatos que nos confiaram”.
Prioridades para o futuro
Miguel Rasquinho apontou como prioridades fixar população, combater o envelhecimento e criar oportunidades para os jovens, sublinhando o compromisso com áreas essenciais como a saúde, habitação e educação:
“Monforte enfrenta desafios sérios: o envelhecimento, a falta de oportunidades para os jovens, mas acredito que temos futuro e é nesse futuro que vamos trabalhar. As nossas prioridades são claras: fixar população, ser ponte ativa na resolução da falta de médicos no Centro de Saúde, concretizar a Estratégia Local de Habitação, reforçar o apoio às IPSS e associações, apostar na educação e na formação.”
Entre os projetos concretos para o concelho, destacou a rede de águas e esgotos em Santo Aleixo, a rede de águas pluviais em Vaiamonte, a requalificação urbana das freguesias e uma forte aposta na sustentabilidade ambiental.
Força da democracia e agradecimentos
No discurso, o Presidente eleito fez questão de enaltecer a força da democracia local:
“As eleições de 12 de outubro foram o momento alto da nossa vida democrática. O povo de Monforte falou e disse o que queria. Todos temos de aceitar essa decisão com humildade, civismo e esperança.”
Rasquinho terminou com uma mensagem de gratidão e compromisso:
“Serei o Presidente de todos os monfortenses, com lealdade, verdade, empenho e dedicação total.”
Despedida de Rui Maia da Silva
A cerimónia ficou ainda marcada pela despedida de Rui Maia da Silva, histórico autarca e até então Presidente da Mesa da Assembleia Municipal. Na hora da despedida, recordou quase quatro décadas de vida autárquica:
“Em dezembro de 2025 farei 40 anos de vida autárquica. Se houver reencarnação, garanto-vos que voltarei a ser autarca, caso contrário, não.”
As palavras foram recebidas com uma forte salva de palmas pela plateia que encheu a sala polivalente da vila, num momento de emoção e reconhecimento.
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