O Museu Berardo Estremoz apresenta aquela que é considerada a maior e mais importante coleção privada de azulejos de Portugal e assinalou nesta quinta-feira, 25 de julho, o seu quarto aniversário.


O Museu Berardo Estremoz conta as estórias e a História dos últimos oito séculos da azulejaria, através da exposição inaugural, intitulada “800 Anos de História do Azulejo”. Um acervo impressionante que recolhe as melhores críticas dos especialistas na matéria e tem conquistado o público em geral.
Mais de 60 mil visitantes já passaram pelo espaço ao longo dos seus curtos anos de existência e apreciaram os cerca de dois mil painéis de azulejos expostos em 36 salas representativas de Portugal, Espanha, Holanda, com pequenos apontamentos que vão desde o Japão, Itália e Bélgica.
“Têm sido quatro anos fantásticos”
Hugo Guerreiro


Hugo Guerreiro, diretor do Museu Berardo Estremoz lembrou, em dia de aniversário, que “Estremoz é a periferia da periferia e ter um Museu desta grandeza e qualidade de acervo é de uma enorme responsabilidade”.
Hugo Guerreiro considerou que “têm sido quatro anos fantásticos. Tivemos o desafio da pandemia, logo no princípio, que causou aqui uma disrupção no nosso trabalho (…) mas a nossa preocupação fulcral foi atrair o visitante: estamos localizados numa zona transfronteiriça e atrair o público espanhol sempre foi um dos nossos objetivos para além dos que aqui passam e ter atividades cientificas e lúdicas. Realizámos mais de uma dezena de conferências técnicas, concertos e exposições temporárias”, explicou.


A somar a todo esta estratégia está o processo formativo dos mais jovens.
“A nossa ideia é a educação. Não podemos queixar-nos da falta de visitantes nos Museus se não construirmos um público com sensibilidade patrimonial mais elevada”, considerou.
Visitantes: 25 a 30% são espanhóis


O Museu Berardo Estremoz levou ao desenvolvimento da Rota do Azulejo que aportou um fluxo de visitantes mais direcionados para este setor especificamente.
“O público português fica espantado com o museu e o nosso segundo público são os espanhóis, numa proporção de 25 a 30%. Porque temos uma coleção de azulejaria sevilhana exposta que não há em Espanha. Recebemos grupos de autocarros de Sevilha, das Astúrias, de Itália, porque é aqui que está exposto um acervo de enorme qualidade”, explicou Hugo Guerreiro.
“É um espaço de referência que nos distingue à escala nacional e internacional”
José Daniel Sádio


O Museu Berardo Estremoz é uma iniciativa conjunta da Coleção Berardo e da Câmara Municipal de Estremoz.
José Daniel Sádio é hoje um Presidente do Município orgulhoso do trabalho aqui desenvolvido e como o mesmo tem sido recebido pelo público.
“É um espaço de referência que nos distingue à escala nacional e internacional”, referiu.


Longe vão os tempos em que um Museu era um espaço parado. Nos dias de hoje, exige-se dinâmica, ação, interação com a arte e com a história. E foi nesse caminho, que Estremoz fez a sua aposta.
“Este é um museu com vida e que convida. Quem aqui entra pode apreciar a fantástica mostra de azulejaria, mas pode também desfrutar de um concerto, de uma prova de vinhos, de exposições temporárias. É um espaço único que nos distingue à escala mundial e é motivo de orgulho em termos de visitantes”, disse à Perspetiva José Sádio.
“Quem vem a Estremoz ver o Museu Berardo, fica em Estremoz, visita o nosso Mercado, as igrejas, o nosso património. As apostas que temos feito têm valido a pena”.
Vêm aí dois novos museus: do Mármore e Alfaia Agrícola


Estremoz prossegue na senda de criar novos e desafiantes projetos na área da cultura museológica que respeitem a sua história e as suas gentes. Desta forma, há dois novos projetos a caminho:
“Estamos a privar as gerações mais novas de contactarem com o património que é a nossa alfaia agrícola. Por isso, o Museu da Alfaia, a sua versão de reserva, que está encerrada há muitos anos, terá num curto breve prazo, uma resolução que nos permitirá criar um renovado Museu da Alfaia Agrícola”, assegurou o Presidente da autarquia.
Após entendimento entre o Centro de Ciência Viva, a Universidade de Évora e Município de Estremoz, o Convento de Santo António será convertido no futuro Centro Interpretativo do Mármore – Quinta do Mármore.
“Queremos ter um espaço expositivo em que se perceba a história do Mármore, com a análise cientifica do mármore, com possibilidade de existirem artistas residentes a trabalharem os blocos de mármore. Assim, requalificamos o espaço e damos impulso a um setor que sempre foi muito importante para o concelho”, explicou o autarca.


Na celebração dos quatro anos de existência do Museu Berardo Estremoz todos os Museus da cidade foram convidados a participarem e a celebrarem o aniversário.
Pintura de azulejos, atividades relacionadas com o Boneco de Estremoz e Atividades Científicas foram as propostas e desafios lançados aos visitantes pelo Museu Municipal de Estremoz Prof. Joaquim Vermelho, Centro UNESCO para a Valorização e Salvaguarda do Boneco de Estremoz e o Centro de Ciência Viva.
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