O Presidente do Conselho de Administração da Carnalentejana revelou-nos porque a marca é um exemplo para o mercado agrícola em Portugal, tendo-se Internacionalizado e é hoje o maior agrupamento nacional de produtores (150) em produção extensiva.
Nesta primeira parte da reportagem visitámos a herdade da Torre do Frade, na freguesia de Santo Aleixo, no concelho de Monforte, a unidade fabril da Montalva, em Torres Novas e o novo restaurante da Carnalentejana, na Praça do Campo Pequeno, em Lisboa. O objetivo foi acompanhar todo o processo de produção da marca, desde o campo até á mesa.
Torre do Frade
Toda a essência do Alentejo está ali concentrada na herdade Torre do Frade: paisagens a perder de vista; criação de gado bovino (raça alentejana em linha pura); produção de cereais, cortiça e chão fértil para as uvas e vinho, num total de três mil hectares.
Fernando Carpinteiro Albino é advogado de formação, tendo-se notabilizado na reforma agrária, na defesa da devolução das terras aos seus proprietários.
Foi a luta que lhe abriu a porta para a recuperação do património de família, em 1979, quando as terras são devolvidas e passa a dedicar-se ao setor agrícola.
No início dos anos 90, com a adesão à União Europeia, surge a necessidade de alguns Agricultores/Criadores de bovinos de Raça Alentejana comercializarem em conjunto os seus produtos, já que os produtores isolados tinham dificuldade em escoar o seu gado.
É nesta altura que Fernando Carpinteiro Albino, com outros Criadores de bovinos da Raça Alentejana, sente a necessidade de comercializar os produtos de forma concentrada, para ganhar dimensão e poder negocial e, dessa forma, nasceu a CarneAlentejana.
O empresário recorda que inicialmente começou com cinquenta animais, que viajaram a pé desde os Fortios (Portalegre) até Santo Aleixo (Monforte). Hoje conta já com vários núcleos de produção dispersos pela região, nomeadamente nas zonas de Monforte, Elvas e Fronteira.
Carne Certificada
Para servir clientes exigentes, a empresa apostou, desde o princípio, na qualidade e certificação dos produtos que comercializa.
A rastreabilidade de todos os animais abatidos é efetuada em parceria com a Associação de Criadores de Bovinos da Raça Alentejana, que tem a seu cargo a gestão dos livros de nascimentos e genealógicos da Raça Alentejana que são a base do completo rastreio de todos os bovinos comercializados pela Carnalentejana.
A alimentação dos bovinos de raça alentejana é, portanto, cem por cento saudável e natural. A Carnalentejana recorre a uma entidade certificadora reconhecida como Organismo Privado de Controlo e Certificação (OPC) que é a Certialentejo, hoje denominada de Certis, que dispõe de um corpo técnico especializado para desempenhar todas as ações previstas no respetivo regulamento.
Marca internacionalizada
Atualmente o índice de exportação localiza-se na ordem dos dez por cento, estando a marca presente em praticamente todo o mundo. Os produtos são estrategicamente colocados em mercados com poder de compra, como é exemplo Macau e Angola. A Carnealentejana fechou o ano de 2015 com um volume de negócios na ordem dos 12 milhões de euros.
Visita a Montalva
O processo de transformação da carne, desde a carcaça ao produto final, é efetuado num só local, na unidade da Montalva em Torres Novas, líder da Indústria alimentar.
Gonçalo Albino, diretor comercial da Carnalentejana, assegura que todo o processo obedece a medidas “extremamente rigorosas”. Diariamente são ali transformadas entre três a quatro toneladas de carne da marca Carnalentejana.
Três Restaurantes em Lisboa
No final de 2015, a marca apostou na restauração criando espaços com diferentes conceitos em distintas zonas na capital do país.
Um restaurante no Cais do Sodré, uma hamburgaria no Campo de Ourique e mais recentemente o restaurante Carnalentejana, na Praça Touros Campo Pequeno, Loja Nº 601. O objetivo é solidificar a marca.
Na segunda parte da reportagem “Empresário do Mês” com Fernando Carpinteiro Albino vamos conhecer a sua produção cerealífera e vitivinícola.
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