O concelho de Estremoz não enfrenta o drama da escassez de água. Porém, a infraestrutura de abastecimento, na sequência da falta de investimentos ao longo das últimas décadas, apresenta sérios problemas.
Atualmente, o concelho de Estremoz enfrenta uma alarmante taxa de perdas de água, situando-se como um dos municípios com maiores perdas em Portugal. “Com cerca de 76% das águas tratadas a serem desperdiçadas, estima-se que aproximadamente 60% desse desperdício corresponda a perdas reais”, alerta José Daniel Sádio, Presidente da Câmara Municipal de Estremoz.
“Sem prejuízo do trabalho que temos vindo a realizar com as Águas de Portugal, de forma a encontrar uma solução estrutural que possa dar uma resposta mais célere e robusta aos problemas existentes, temos implementado uma série de intervenções que visam reverter este cenário”, explica o autarca.
A questão da pressão da água, que se apresentava como uma preocupação constante para o executivo socialista em várias zonas do concelho, apesar de não estar totalmente resolvida, já foi sendo parcialmente atenuada:
“Realizamos a substituição de aproximadamente três quilômetros de condutas e ramais. Um exemplo deste esforço é a obra de remodelação da rede na rua 1º de Maio, que visou melhorar significativamente a distribuição de água nesta área. Outro passo importante foi a instalação de mais de dois mil contadores ultrasónicos”.
O Presidente da Câmara de Estremoz prossegue e adianta que “para avançar na redução das perdas, pretendemos instalar cerca de quatro mil novos contadores (…) outro aspeto inovador a ser implementado é a tecnologia que permitirá monitorizar os níveis nos depósitos e o caudal de água em tempo real”.
As intervenções não se ficam por aqui e “no início de 2025 iniciaremos um procedimento de detecção ativa de fugas e reparação em toda a rede, o que nos dará uma visão mais clara do estado das infraestruturas (…) um projeto adicional de grande importância que estamos a tentar concretizar é a construção de uma nova conduta adutora desde a captação do Álamo até ao depósito da Frandina. Este esforço irá garantir que, mesmo em situações de problemas na rede de distribuição, a zona do castelo e a cidade não serão afetadas, assegurando o fornecimento contínuo de água”.
Para financiar estas iniciativas, o Município de Estremoz refere contar já com “uma garantia de cerca de três milhões de euros de fundos comunitários. Este apoio financeiro será crucial para que possamos continuar a modernizar e reparar o nosso sistema de abastecimento de água, assegurando uma gestão eficiente e sustentável dos recursos hídricos de Estremoz”.
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