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28 Junho, 2025

Elvas não espera mais: PS apresenta candidatura com Nuno Mocinha para liderar a mudança

Com promessas de mais saúde, habitação e emprego, o PS quer "virar a página", seguir em frente e devolver futuro ao concelho.

A lista de candidatos do Partido Socialista aos órgãos autárquicos de Elvas para as próximas eleições foi oficialmente apresentada na noite da passada sexta-feira, 27 de junho, numa sessão pública que decorreu no ciclorama do Jardim Municipal de Elvas. Sob o lema “Seguir em Frente”, a equipa liderada por Nuno Mocinha deu a conhecer as suas preocupações e ambições para o futuro do concelho.

“Não é fácil dar a cara por esta candidatura”

Nuno Mocinha

Num discurso direto, Nuno Mocinha reconheceu que “não é fácil dar a cara por esta candidatura”, mas destacou a importância de todos os que a apoiam, quer de forma visível, quer nos bastidores. “Todos são importantes, os que dão a cara e os que não dão. Os que dizem: “Nuno, não vou lá, mas conta com o meu voto”. Mas principalmente os que não tiveram medo e estão aqui”, afirmou.

Entre os temas abordados, a despovoação do concelho foi uma das principais preocupações levantadas pelo candidato socialista. Defendendo a necessidade de investir na saúde, apontou como prioridade a ampliação do hospital de Elvas e o reforço dos cuidados de saúde primários. “Temos de assegurar que existe hospital, centro de saúde e profissionais de saúde. Não podemos virar as costas à saúde.”

“Não ter medo de prometer 200 novos postos de trabalho para Elvas”

Nuno Mocinha

Mocinha abordou também questões ligadas à segurança, defendendo melhores condições para os agentes e o reforço do policiamento de proximidade. Na área económica, garantiu o alargamento da zona industrial, recordando que “no seu último mandato foram comprados terrenos” e que agora é tempo de “ter a coragem de fazer o loteamento e não ter medo de prometer 200 novos postos de trabalho para Elvas”.

A habitação foi outro dos eixos centrais da intervenção, com especial enfoque na habitação jovem e na classe média, através da criação de loteamentos municipais nas freguesias rurais, ressalvando a importância, de igual modo, da habitação social.

“As pessoas não são tontas (…) não sou igual ao outro candidato”

Nuno Mocinha

Criticando o que considera ser um modelo de governação assente em promessas de última hora, deixou claro que “as pessoas não são tontas. Não pode se pode fazer no último ano de mandato o que não se fez nos últimos quatro”. E marcou diferenças face ao seu principal adversário: “O Nuno não é só um candidato e também não sou igual ao outro candidato.”

Em defesa de uma gestão autárquica interventiva, sublinhou que, em muitas áreas, não se pode estar à espera da atuação do governo central:

“Há uns que dizem a saúde não é connosco. É com o governo, pois eu digo: a saúde é connosco”, bem como a educação, dando como exemplo a construção da nova escola EB 2,3 de Elvas. Anunciou ainda o desejo de requalificar todo o parque escolar, desde as creches ao ensino superior.

“Ó Lisboa, olha que estamos aqui”

Nuno Mocinha

Rejeitando a tradicional dependência das decisões centrais, Nuno Mocinha defendeu uma nova visão da relação entre o poder local e o poder central. Para o candidato socialista, o ciclo inverteu-se: já não é Elvas que deve esperar por Lisboa, mas sim Lisboa que deve começar a olhar para o Alentejo e, em particular, para Elvas, advertindo que temos aqui melhor qualidade de vida: “Ó Lisboa, olha que estamos aqui. Vê lá onde é que queres que a gente te ajude”, afirmou, sublinhando que as autarquias não podem continuar a ser vistas como meras recetoras de decisões, mas sim como parceiras ativas e relevantes na construção do país.

Baixar a fatura da água: “Fechem a tampa do contentor do lixo quando chove”

Nuno Mocinha

Na reta final da apresentação, Nuno Mocinha aludiu à baixa de impostos, à redução da fatura da água, deixando uma dica prática aos munícipes: “Fechem a tampa do contentor do lixo quando chove”, explicando que a água da chuva aumenta o peso do lixo e, por consequência, o custo do serviço.

Recorde-se que desde maio de 2009, a gestão e exploração dos sistemas de distribuição de água para consumo público e de recolha de efluentes do Concelho de Elvas está concessionada a uma empresa privada.

O candidato terminou o discurso com um apelo à confiança dos elvenses: “Quero voltar a estar nas vozes do povo pelos bons motivos.”

Sobre o Candidato:

Com esta candidatura, Nuno Mocinha lidera assim a sua quarta corrida à Presidência da Câmara Municipal de Elvas, tendo exercido o cargo de Presidente em dois mandatos consecutivos, portanto durante oito anos (2013–2021).

Recorde-se que em 2021, recandidatou-se pela terceira vez, mas perdeu para Rondão de Almeida (MCPE), tendo renunciado ao cargo de vereador com assento na oposição.

O cabeça‑de‑lista, Nuno Mocinha, ex‑presidente da Câmara, está a responder a um processo no DIAP de Évora por crime de prevaricação de titular de cargo político. 

O Ministério Público acusa‑o de ter favorecido contratos de limpeza entre 2016 e 2018, resultando num prejuízo estimado de 292 735,77 € para o município. 

O processo aguarda decisão sobre possível instrução e o arguido nega qualquer ilegalidade, afirmando que agiu dentro dos seus poderes institucionais.

Durante a sessão de apresentação realizada no Jardim Municipal de Elvas, o Partido Socialista deu a conhecer a equipa completa que integra a candidatura às próximas eleições autárquicas no concelho. A encabeçar a lista à Câmara Municipal, como já era conhecido, está Nuno Mocinha. A equipa que o acompanha é composta por:

Sérgio Ventura (em nº2); Cláudia Brotas (nº3); Marta Rodrigues (nº4); Fernando Mouro (nº5); André Caiola (nº6); Ana Sofia Rosa (nº7); Jorge Almeida; Ana Rita Anjos; Vicente Grenho; Maria Cardoso; Nelson Orelhas; Odete Alves e Eduardo Cristiano.

Nas Juntas de Freguesia, o PS avança com oito cabeças de lista:

  • União de Freguesias de Barbacena e Vila Fernando: Márcio Fanico
  • Santa Eulália: Cecília Fortalezas
  • Terrugem: Mariano Nunes
  • Vila Boim: José Lérias Trindade
  • São Brás e São Lourenço: Vitória Lérias
  • Caia, São Pedro e Alcáçova: Joaquim Pires
  • Assunção, Ajuda, Salvador e Santo Ildefonso: Amadeus Martins
  • São Vicente: João Charruadas (recandidatura)

À Assembleia Municipal de Elvas, o cabeça de lista é Lito Vidigal, seguindo-se:

Leonor Carvalho; Rui Jesuíno; Sara Anjos; Bruno Mocinha; José Contradanças; Líria Carvão; Marco Oliveira; Vera Guelha; Filipe Monteiro; Nelson Alfaia; Rosa Abrunheiro; Paulo Pires; Marta Inácio; Catarina Borba; Ricardo Carretas; Vanda Batista; Luís Gomes; Tânia Cunha, Daniel Rebimba, Nuno Costa, Sónia Inverno, Jorge Reis, Maria Lúcia Dias, Luís Castelo, Daniela Branco, luís Rela, Susana Soeiro, José Manuel Picado, Jorge Martins, Regina Corbari, João Rita, Sara Mamão, Ruben Wilson, Telma Maroto, Hugo Cristiano, Natália Frncisco, Armando Lourenço, Mário Barciela.

No total, foram apresentados 42 candidatos à Assembleia Municipal de Elvas.

“Nuno Mocinha é um homem que tem a vantagem do tempo”

Lito Vidigal

Lito Vidigal destacou, na sua intervenção, que a candidatura socialista representa uma alternativa sólida ao atual executivo. Considerou que o último mandato de Nuno Mocinha superou positivamente os últimos quatro anos sob a liderança de Rondão Almeida, e afirmou que “não podemos perder mais o futuro”. Rejeitou o que apelidou de “política do porco no espeto”, por considerar insuficiente e redutora para Elvas. “É pouco para Elvas”, frisou.

Vidigal salientou ainda que Nuno Mocinha “é um homem que tem a vantagem do tempo” e que sabe o que a cidade precisa para avançar.

“Toda a gente traz uma perspetiva de vida que contribui para esta candidatura”

Bruno Mocinha

Já Bruno Mocinha, coordenador do programa eleitoral, reforçou que a lista do PS é composta por elvenses de todas as classes e profissões, o que, segundo ele, lhe confere identidade, representatividade e diversidade: “Toda a gente traz uma perspetiva de vida que contribui para esta candidatura”. Apontou ainda que Elvas vive um momento decisivo e precisa de uma postura ativa, com ação concreta: “Com empresas, com emprego, com habitação”. Referiu ainda conquistas do anterior mandato de Nuno Mocinha, como a instalação de call centers, o Hotel Vila Galé, a empresa Randstad e a gestão da pandemia como exemplos da sua capacidade de liderança.

“O início da caminhada”

Mondragão Rodrigues

Francisco Mondragão Rodrigues, mandatário da candidatura, afirmou que “esta é uma candidatura inclusiva” e que a sessão de apresentação marcou “o início da caminhada para uma mudança real em Elvas”.

A Juventude também teve um papel de destaque. Os mandatários para a juventude são Maria Pinto, Guilherme Rijo, Inês Ramos e Ruben Domingues. “Esta é a nova geração que quer fazer parte da mudança”, afirmou Guilherme Rijo, reforçando o compromisso da juventude com o futuro da cidade.

João Pedro Meira, presidente da Federação Distrital da Juventude Socialista de Portalegre, recordou que Nuno Mocinha perdeu as últimas eleições, mas abriu as portas do partido, renovou a equipa e reuniu forças para seguir em frente. Lamentou o retrocesso dos últimos anos em Elvas e defendeu que “está na altura de regressar à dianteira do património, da cultura e das relações transfronteiriças”.

“Vamos ganhar Elvas”

Luís Testa

Luís Testa, deputado e presidente da Federação de Portalegre do PS, encerrou a sessão com palavras de confiança: “Este é o início de um caminho para uma grande vitória autárquica. Elvas precisa de ideias novas e sangue novo. Confiamos a Nuno Mocinha a missão de devolver o futuro ao concelho. Vamos ganhar Elvas.”

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