Campo Maior projeta-se para 2030

O Fórum “Pensar Campo Maior 2030”, dedicado ao tema “Turismo e Património – Desafios e Oportunidades do Alentejo” está a decorrer ao longo deste sábado, 2 de fevereiro, no Centro Cultural daquela vila.

Debate e reflexão coletiva

O Fórum Pensar Campo Maior 2030 é um espaço de debate e reflexão coletiva que pretende contribuir para estabelecer caminhos para o desenvolvimento do concelho para os próximos anos.

Ricardo Pinheiro: “A educação ao serviço do futuro”

Ricardo Pinheiro, Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, na sua intervenção abordou a questão do poder do conhecimento e formação escolar para os desafios do futuro.

“O Centro Escolar de Campo Maior tem um programa de robótica. Atualmente cerca de três mil pessoas que colaboram no meio industrial. O concelho tem de dar resposta a esta realidade, através da formação. Temos de dotar os futuros recursos humanos desta necessidade para que as empresas possam continuar aqui”.

O Centro de Ciência do Café e Adega Mayor são espaços que recebem anualmente 23 mil visitantes.

Ricardo Pinheiro pretende que esses visitantes conheçam outras realidades e riquezas no concelho que preside.

Museu e Centro Interpretativo

“Vamos criar um Museu das Festas do Povo, no qual pretendemos preservar a identidade recorrendo à mais avançada tecnologia. Vamos ter também um Centro Interpretativo das Fortificações Abaluartadas, que integrará cartas de tiro/laser; visitas noturnas e apresentação histórica do Major Talaya”.

Projetos para 2019

Para 2019, Ricardo Pinheiro tem como principais projetos para Campo Maior a “requalificação das fortificações abaluartas; requalificação do castelo de Ouguela; tornar visitável o Alto Santa Vitória (Monumento Neolítico onde se poderá assistir ao solstício de verão)”.

Com este evento pretende-se debater o presente e o futuro do Turismo do Alentejo, as novas tendências, a cada vez maior introdução de um fator diferenciador/inovador na oferta e a importância das novas tecnologias, do marketing e da comunicação no desenvolvimento deste setor.

Ceia da Silva: “Identidade e Certificação”

António Ceia da Silva, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, abordou a “excelência da oferta turística no Alentejo” apresentando os números que atestam o crescimento da região neste setor.

Ceia da Silva justificou este resultado, através do trabalho desenvolvido na preservação da identidade da região, assim como no sucesso alcançado nas certificações de património obtidas.

Montado candidato a Património da Humanidade

O organismo dirigido por Ceia da Silva está a preparar a candidatura do Montado a Património Cultural e Imaterial da Humanidade.

“Daqui a dois anos teremos certamente o selo da Unesco”.

Também as Festas das Flores de Campo Maior estão na corrida a uma certificação. Para Ceia da Silva não basta alcançar este reconhecimento.

“Temos de criar rotas temáticas -Artes das Festas – Rotas do Património Cultural e Imaterial, onde possamos incluir os Tapetes de Arraiolos; as Tapeçarias de Portalegre e as Festas das Flores, por exemplo, onde os turistas possam vivenciar estas experiências”.

A vila integra igualmente o produto turístico “Walking no Alentejo”, através do percurso Defesas de Campo Maior.

Nuno Mocinha: “O Nosso Futuro é andarmos de mãos dadas”

Nuno Mocinha, Presidente da Câmara Municipal de Elvas, considerou que o futuro de “Elvas e Campo Maior” é comum.

“O nosso projeto é andarmos de mãos dadas”. O autarca aludiu igualmente ao conceito da Eurocidade, afirmando que nesse contexto, “devemos tirar partido da nossa localização, da nossa centralidade. Temos Évora, Mérida, Cáceres, Marvão e o Grande Lago de Alqueva. Património e Natureza são produtos que nos permitem criar nova atratividade”.

Aumentar Dormidas e Estadias

Nuno Mocinha alertou também para a necessidade “de aumentar o número de dormidas e estadia média, porque é isso que nos cria rentabilidade”.

Javier Fragoso: “Cultura Raiana é um potencial turístico”

Francisco Javier Fragoso, Alcaide de Badajoz, abordou a diversidade e diferenciação turística no contexto da Eurocidade.

“Para Badajoz pensar Campo Maior 2030 é muito importante e estratégico. Temos o melhor de dois países e a cultura raiana, que conseguimos fundir neste contexto da Eurocidade e que a nível turístico tem muito potencial”.

Fragoso defendeu a criação de pacotes turísticos, como forma de criar um produto comum.

O Alcaide de Badajoz exemplificou a importância do trabalho comum entre estes territórios.

“No mês de agosto em que se realizou as Festas do Povo, em Campo Maior, Badajoz registou um crescimento na ordem dos 18 por cento, comparativamente com o mesmo período do mês de agosto num ano em que estas festividades não ocorrem”.

A terceira década do século XXI marcará o final dos fundos comunitários que nos últimos 30 anos contribuíram para o desenvolvimento e modernização do país.

Gestão pública e desenvolvimento

Com este cenário em cima da mesa, afigura-se fundamental encontrar os caminhos, os métodos e os objetivos que possam nortear a gestão pública de Campo Maior com vista ao seu desenvolvimento.

O Município de Campo Maior, fruto das condicionantes do sistema de gestão administrativo e político português, é o inevitável protagonista do dia-a-dia de uma comunidade jovem, vibrante e exigente, do qual se esperam respostas e ações que possam contribuir decisivamente para um futuro esperançoso e capaz de contrariar o, aparentemente inevitável, esgotamento do interior do país.

Para tal, pretende-se contar com o contributo de especialistas em vários temas, de pessoas que conheçam o território e as suas gentes, dos empreendedores que investem nas nossas potencialidades, de académicos que pensam e estudam os problemas e propõem soluções e dos campomaiorenses que amam e acreditam na sua terra.