O Conselho Intermunicipal da CIMAA deliberou a aprovação, por unanimidade (e aclamação), da adjudicação da obra para a construção da rede de infraestruturas primárias do Aproveitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Crato – Barragem do Pisão, em reunião extraordinária que decorreu na passada terça-feira, 8 de outubro, no auditório da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo. No seguimento do Concurso Público Internacional, a obra será adjudicada ao consórcio ibérico “Agrupamento FCC Construcción S.A e Alberto Couto Alves S.A” e tem o valor de 64,9 milhões de euros.
Hugo Hilário, Presidente do Conselho Intermunicipal da CIMAA, sublinhou o “passo histórico” para a concretização da vontade de um território, que, desde a primeira hora, convergiu “numa decisão” sobre este empreendimento. “Sabíamos que este era um processo exigente, mas também sabemos que nada de impactante e de diferenciador acontece, sem termos de passar por todas as etapas com muita competência e com muita eficácia. Com esta adjudicação, chegamos a uma fase que reitera algo que já fomos afirmando ao longo dos últimos tempos: a Barragem do Pisão vai ser uma realidade”, destacou.
As infraestruturas primárias são, essencialmente, compostas pela Barragem. A sua altura máxima será de 54m e a albufeira criada terá 726 hectares de área inundada, com um volume de armazenamento total de 116,2 hm3, à cota do Nível Pleno de Armazenamento (248,00).
A Barragem do Pisão é o mais avultado investimento inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com uma dotação de aproximadamente 141 milhões de euros e mais 10 milhões previstos no orçamento de estado. A sua concretização permitirá garantir de forma sustentada o abastecimento público de água, o estabelecimento de novas áreas de regadio e a produção de energia a partir de fontes renováveis, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento económico da região e consequentemente com um profundo impacto positivo na qualidade de vida da população. Será também necessária a deslocalização da Aldeia do Pisão para uma nova aldeia, que irá nascer junto ao lugar do Monte da Velha. Para isso, está prevista para o início de 2025, a apresentação do Masterplan da Nova Aldeia.
Neste projeto estruturante da nossa região, como todos os promovidos pela CIMAA, continuamos empenhados no cumprimento de todas as normativas legais e ambientais que são obrigatórias. Joaquim Diogo, Presidente do Município do Crato, informa que “neste momento, todas as componentes deste projeto estão em conformidade ambiental”, ainda que com algumas condicionantes, naturais de um projeto com esta dimensão, e que estão “devidamente calendarizadas e identificadas”.
“Cumprimos, estamos a cumprir e iremos continuar a cumprir com tudo que o que temos comprometido. Estamos a levar a cabo um trabalho muito rigoroso, com todas as entidades, quer do ponto de vista ambiental, quer do ponto de vista legal. Queremos ser exemplares”, sublinhou.
Sobre a CIMAA:
Constituída pelos municípios de Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, Nisa, Ponte de Sor, Portalegre e Sousel, a Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA) é uma pessoa coletiva, de direito público, de natureza associativa e âmbito territorial.
Correspondendo à unidade territorial estatística de nível III (NUTS III) do Alto Alentejo, a CIMAA tem como missão promover e defender os interesses comuns dos municípios associados, impulsionando o seu desenvolvimento integrado e sustentado, através da valorização de parcerias, criação de sinergias e maximizando complementaridades.
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