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3 Setembro, 2025

Autárquicas: Uma mulher ao comando. Margarida Paiva quer apoio de 1.200€ a médicos, 1.500€ aos comerciantes, isenção de IMI no Centro, mais 25 polícias e escola profissional em Vila Fernando

Margarida Paiva detalha programa eleitoral: turismo, património, economia, saúde, segurança, habitação, educação, apoios fiscais e cenários pós-eleitorais.

Margarida Paiva: “Gosto muito de Elvas e custa-me vê-la como está”

Motivação pessoal para a candidatura

No âmbito das eleições autárquicas de 2025, a Perspetiva entrevistou Margarida Paiva, candidata da Aliança Democrática- AD (PSD/CDS-PP) à Câmara Municipal de Elvas.

A advogada, de 51 anos, e a concorrer pela primeira vez à presidência do município, explicou a motivação pessoal que a levou a dar este passo:

“Era uma vontade que tinha adiado para mais tarde e que, perante as circunstâncias atuais, foi a melhor opção. Candidato-me à Câmara Municipal de Elvas porque gosto muito de Elvas e custa-me vê-la como está. Há 20 anos que tinha esta vontade, mas andava a adiar e agora chegou o momento.”

“Ser mulher? O que vale é a competência, não é o género”

Caso seja eleita, Margarida Paiva tornar-se-á a primeira mulher a presidir à Câmara de Elvas. Questionada sobre que diferenças a governação no feminino pode aportar ao concelho, respondeu:

“Sou feminista por natureza, mas acho que na direção de uma empresa ou cidade o que vale é a competência e não o género. É como a lei da paridade, é uma necessidade, mas por vezes é uma grande injustiça, porque aquele lugar podia ser melhor ocupado por um homem, ou vice-versa. O género não é a tónica da questão, é mais a competência, a capacidade e a visão.”

“Falta mundo a quem tem estado à frente do município”

A candidata entende que “falta mundo às pessoas que têm estado à frente do município”. Subscrevendo José Saramago, Margarida Paiva defende que “É preciso sair da ilha para ver a ilha”:

“É uma das principais falhas de quem tem estado no comando. O facto de conhecermos outras cidades, outros países, outras visões, outras formas de governar e de viver dá-nos uma visão do que temos e do que poderíamos ser e fazer. Se não sairmos do nosso mundinho, que é lindo, mas podia ser mais, não podemos ver. Só podemos ver a nossa opinião, limitada pelas nossas vivências. Temos de saber o que os outros fazem. Está tudo inventado, só precisamos recolher e adaptar à nossa realidade”.

“Onde existir uma placa de Elvas tem de estar o símbolo da UNESCO. E estará”

Entre as suas prioridades, Margarida Paiva destacou a promoção turística e cultural da cidade, classificando como insuficiente a valorização de Elvas enquanto património da humanidade.

“Às vezes vou a sítios muito comercializados e penso: a minha cidade é muito mais bonita e está ali… ninguém a vê e ninguém sabe que existe. Somos património classificado da UNESCO, que é fantástico, mas ninguém sabe. Há “n” placas a indicar Elvas e nenhuma diz que é património classificado. Como é que é possível? Onde existir uma placa de Elvas tem de estar com o símbolo da UNESCO. E estará.”

Na visão da candidata, Elvas precisa de maior visibilidade junto dos visitantes que muitas vezes passam pela cidade sem a conhecerem.

“Acontece muito usarem Elvas só para passagem, quando há tanta coisa para fazer e para ver, mas não sabem. Se está em Évora, património mundial e muito bem vendida, não se sabe que a poucos quilómetros existe outra cidade património da humanidade. Sabe-se que existe Badajoz, segue-se pela autoestrada e não se entra em Elvas. Os turistas do acaso não aparecem aqui, não sabem que Elvas existe.”

“Os bloqueios ao desenvolvimento são quem nos governa há 30 anos”

A candidata da Aliança Democrática considera que Elvas está “estagnada e sem vida”. Questionada sobre os maiores bloqueios ao desenvolvimento económico da cidade e do concelho, Margarida Paiva respondeu:

“Os bloqueios ao desenvolvimento de Elvas são quem nos governa e quem nos governou ao longo destes 30 anos, que não deixou avançar. E como é que se resolve? Só há duas formas: através do turismo e da economia, com o incremento de ambos.”

Turismo: “Temos de vender Elvas”

No capítulo do turismo, a candidata defende uma aposta forte na promoção da cidade e do património:

“Temos de vender Elvas. E como é que isso se faz? Nas redes sociais, através de publicidade, divulgação do património, agências de turismo, feiras internacionais e nacionais, com stands atrativos, sozinhos ou acompanhados pelo Turismo do Alentejo. Gasta-se tanto dinheiro, porque é que não se há de gastar num investimento que trará tanto retorno?”

Paiva assegura que a candidatura apresenta “ideias concretizáveis”, a começar pelo aproveitamento do que já existe:

“Queremos partir do que existe para melhorar e retirar vantagem.”

São Mateus: da “festa da loiça” a feira própria

Sobre a feira de São Mateus, a candidata reconhece o mal-estar de muitos elvenses em relação à forma como os espanhóis referenciam o evento.

“Existe o mal-estar dos elvenses, no qual me incluo, que é a forma como os espanhóis tratam o nosso São Mateus: a feira da loiça. Pois, vamos agarrar no mau e transformá-lo em bom, fazendo uma feira de artesanato e loiças. E aí sim, venham então todos os vendedores e compradores para a feira da loiça, mas separa-se do São Mateus.”

Para além desta proposta, garante que a candidatura vai calendarizar “três ou quatro feiras distintas” que serão apresentadas oficialmente a 11 de setembro, aquando da revelação oficial do programa da sua candidatura e da sua equipa.

Economia: “Zona industrial livre de especulação privada”

A nível económico, a candidata da AD identifica duas medidas basilares:

“Na economia há duas medidas que são basilares: a nova zona industrial.  Iremos apanhar no projeto do Masterplan e executá-lo, criando uma zona industrial livre de especulação privada, com o objetivo de fazer funcionar empresas que dão postos de trabalho e riqueza à cidade.”

A proposta passa por uma execução faseada:

“Começar pelos terrenos adquiridos este ano pela autarquia, criar condições para que aí possam nascer empresas, chamá-las, procurá-las, criar condições, através da sua  infraestruturalização. É caro, mas tem de ser feito. Todos (empresários e empresas) são bem-vindos, desde que queiram estar em Elvas.”

“A primeira medida do programa é eliminar a derrama”

Entre os incentivos à instalação de empresas, a candidata anunciou a isenção da derrama:

“A primeira medida do programa da AD é a eliminação durante todo o mandato da derrama. Este é um projeto ambicioso, mas realista e não é eleitoralista.”

Defende ainda a redução do IMI para 0,3, recordando que o Movimento Cívico por Elvas “prometeu essa descida em 2021 e não cumpriu, mas nós iremos cumprir”.

Apoio direto ao comércio local

Sobre o comércio, Margarida Paiva promete um apoio financeiro direto:

“Propomos uma ajuda económica de 1.500 euros por comerciante, através de uma tranche única. É um apoio ao desenvolvimento que pode ser usado em melhorias de espaço, equipamentos, modernização informática, divulgação, publicidade. É mais um reconhecimento aos que aguentaram o barco.”

O apoio abrangerá todo o comércio do concelho, e não apenas o centro histórico.

Gabinete do Empresário

A candidata anunciou ainda a criação de um “gabinete do empresário”, integrado na estrutura municipal:

“Será um gabinete municipal com contacto direto e permanente com os empresários e que os acompanhará ao longo de todo o processo de instalação. O gabinete servirá de intermediário para todos os outros departamentos da Câmara Municipal.”

Margarida Paiva: “Se vivêssemos dos restos de Badajoz estávamos muito mais à frente”

“Temos aqui uma cidade enorme com um crescimento 1000% acima do nosso”

Em entrevista à Perspetiva, Margarida Paiva, candidata da Aliança Democrática à Câmara Municipal de Elvas, voltou a sublinhar a importância da relação com a vizinha cidade espanhola.

“Independentemente da plataforma logística, nós temos aqui uma cidade enorme com um crescimento 1000% acima do nosso, que nós podemos ir buscar. É uma frase feia de dizer, mas se vivêssemos dos restos de Badajoz, estávamos muito mais à frente. Só dos restos.”

EuroBEC: “É uma piada. Em Badajoz funciona, em Elvas não”

A candidata critica o funcionamento do projeto EUROBEC, considerando que Elvas não tem sabido tirar proveito das oportunidades.

“Eles (espanhóis) têm “n” atividades que nós não fazemos ideia, porque o EUROBEC é uma piada. Fui a Badajoz para saber o que faziam no âmbito deste projeto e ouvi falar do cartão EuroBEC, que parece dar uma série de vantagens. Em Elvas, poucas, porque dizem respeito só aos espaços municipais. Mas em Badajoz há um rol enorme de vantagens.”

Margarida Paiva acrescenta ainda:

“Inscrevi-me em fevereiro de 2025 e até finais de agosto de 2025 ainda não recebi nada relativo ao tal cartão EuroBec. É pura demagogia, teoria, mas em Badajoz funciona. Eles têm vantagens até no comércio, só um dos temas deles, a nível de vantagens do cartão EuroBEC, acaba com o nosso. Nós não temos cartões e nem sei se haverá algum cartão emitido, porque também não conheço ninguém que tenha. Mas pode ser falha minha.”

“Só vivendo dos restos já dava para viver muito bem”

Na visão da candidata, a oferta cultural e desportiva de Badajoz poderia ter reflexos positivos em Elvas, caso fosse devidamente aproveitada:

“Existem tantas atividades culturais e desportivas em Badajoz que às vezes não têm sítios para albergar tanta gente, porque há muitas atividades ao mesmo tempo. Há que divulgar que nós temos aqui alojamento, restaurantes e vamos ter, caso a AD ganhe as eleições, roteiros de visita fantásticos. Só vivendo dos restos já dava para viver muito bem.”

Margarida Paiva: “Foi meritório entrar na UNESCO. Por favor, não nos deixem sair”

“Há que investir imediatamente na recuperação do património classificado”

A candidata da Aliança Democrática à Câmara Municipal de Elvas, Margarida Paiva, considera urgente intervir na conservação do património.

“Há que investir imediatamente na recuperação do património classificado. Não se pode aceitar que uma guarita tenha caído há dois anos e agora vão a correr querer resolver porque estamos em período eleitoral. Há um risco que não podemos correr, que é o de pisar a linha vermelha da UNESCO. Foi meritório conquistar este título, mas, por favor, não nos deixem sair.”

“Temos tido sorte e contar só com a sorte é pouco”

Questionada sobre a distância a que Elvas poderá estar de perder a classificação da UNESCO, Margarida Paiva respondeu:

“Temos tido sorte e contarmos só com a sorte é pouco. Não tem havido vigilância, fiscalização do património, e talvez por isso, ainda não estamos na linha vermelha. Mas se chegarem cá e virem os monumentos classificados como estão…”

A candidata recorda a sua presença num evento cultural recente:

“Estive no desfile de moda no Forte da Graça e vi ervas, lixo e o abandono que lá está. É assustador e muito triste. Realmente, à noite está lindo. Mas quando o sol nasce concluímos que vivemos numa cidade abandonada. E é triste. Vem acontecendo e a agravar-se ao longo dos últimos 15 anos.”

“Temos de criar um Conselho Municipal da Cultura e Património”

Sobre as propostas da AD para inverter a situação, Margarida Paiva afirma:

“Primeiro temos de criar um gabinete e Conselho Municipal da Cultura e Património. São as pessoas que estão no terreno, que trabalham no Forte da Graça, no Forte de Santa Luzia, no Castelo, nos monumentos em geral. Têm que fazer parte deste conselho e trimestralmente têm de nos dizer o ponto de situação do equipamento, dos monumentos, levantar questões urgentes.”

A candidata sublinha que a recuperação será faseada e sustentada em financiamento externo:

“Não se vai recuperar tudo. Isso não existe. O dinheiro não cai do céu e por isso tem de se começar a mapear as necessidades e depois intervir. Vamos buscar dinheiro onde os outros vão, lá fora, nos projetos para a recuperação do património. Não é nos gabinetes que se sabe como as coisas estão. Nós fazemos no terreno.”

“É utopia avançar com valores sem conhecer o real estado das coisas”

Confrontada sobre a verba prevista para a recuperação do património, Paiva admite:

“É uma utopia avançar com valores sem saber o real estado dos equipamentos.”

Roteiros culturais, gastronómicos e religiosos

Entre as propostas da AD está a criação de uma “teia interligada” de roteiros:

“Há que criar um roteiro cultural, gastronómico e religioso. E na vertente religiosa falar com as dioceses e colocar pessoas com conhecimento à porta das igrejas para receber os visitantes.”

Segundo a candidata, o programa eleitoral da AD integra 76 medidas, incluindo o turismo militar, onde destaca:

“Queremos recriar a Batalha das Linhas de Elvas.”

Forte da Graça: “Falta mundo ao Monumento

Sobre o Forte da Graça, Margarida Paiva defende que a requalificação falhou em conteúdo:

“Para além do seu estado de conservação, falta mundo a quem o pensou após a renovação. Falta mobília. Se calhar é a minha parte feminina a falar, mas falta uma pessoa entrar ali e imaginar-se naquela época. E depois, claro, vendê-lo.”

A candidata conclui que a valorização do património só é possível com sustentabilidade económica:

“Precisamos da economia. As isenções de taxas vão começar a dar dinheiro à cidade e dinheiro gera dinheiro.”

Margarida Paiva promete 1.200 euros por mês a cada médico em exclusividade em Elvas

“Ficamos assustados com o impacto do novo Hospital Central do Alentejo no Hospital de Santa Luzia”

A candidata social democrata assume a saúde como uma das prioridades do seu programa eleitoral.

“Estou preocupada com a falta de médicos especialistas que não consideram atrativo trabalhar em Elvas.”

A nova unidade hospitalar de Évora irá servir 150 mil habitantes no Distrito de Évora e cerca de 440 mil em todo o Alentejo, em articulação com os hospitais de Beja, Portalegre, Elvas e Litoral Alentejano.

A candidata alerta para os efeitos que a construção do novo Hospital Central do Alentejo poderá trazer:

“Ficamos assustados porque estamos conscientes do impacto que isto vai representar, nomeadamente para o Hospital de Santa Luzia em Elvas.”

Três medidas concretas para fixar médicos

Questionada sobre como pretende atrair profissionais para Elvas, Paiva anunciou três medidas diretas:

“Avançamos com três medidas muito concretas: 1.200 euros/mês por cada médico em regime de exclusividade, 800 euros mês sem exclusividade e 200 euros para ajuda de combustível.”

“Recuperar as casas de função para alojar médicos”

Além dos incentivos financeiros, a candidata propõe soluções de alojamento:

“Há que usar o que já existe: as casas de função da Unidade Local de Saúde, que estão abandonadas. Há que recuperar e permitir que os médicos se instalem provisoriamente até terem tempo de procurar uma casa para ficarem.”

Margarida Paiva: “A AD vai bater o pé e trazer os 25 efetivos da PSP que faltam em Elvas”

“Graças a Deus não vivemos numa cidade onde haja crimes violentos”

A candidata da Aliança Democrática à Câmara Municipal de Elvas, Margarida Paiva, abordou o tema da segurança, sublinhando que este é o último ponto do seu programa eleitoral.

“Graças a Deus não vivemos numa cidade onde haja crimes violentos. Temos de ter noção.”

Apesar disso, defende que é necessário garantir reforço nos meios de vigilância e policiamento:

“É importante acautelar a segurança, que é feita essencialmente pela Polícia de Segurança Pública. E digo Polícia de Segurança Pública, não é a Polícia Municipal, que é um gastador de dinheiro que não sei onde o vão buscar.”

“As autarquias servem para intermediar com o Governo Central”

Margarida Paiva referiu que Elvas enfrenta uma carência de cerca de 25 agentes da PSP e que a autarquia deve pressionar o Governo a resolver a situação:

“As autarquias servem exatamente para isso, para servirem de intermediários entre a população local e o Governo Central. O Governo tem de cumprir. É para isso que lá está. É para isso que foi eleito. Eles (governo), no geral, já não sabem que nós existimos.”

“A AD vai bater o pé”

Com convicção, a candidata deixou a promessa de exigir o reforço de efetivos policiais na cidade:

“A AD vai bater o pé e trazer os 25 efetivos da PSP que faltam na cidade. Elvas é uma cidade resistente, mas temos de começar a agir.”

Margarida Paiva quer criar escola de ofícios em Vila Fernando “com a agricultura como fio condutor”

“A culpa é de todos” pelo abandono do antigo colégio

A candidata da Aliança Democrática (AD) à Câmara Municipal de Elvas, Margarida Paiva, apresentou como medida estruturante para a área da educação a recuperação do antigo Centro Educativo e de Reinserção de Vila Fernando, encerrado há décadas.

“Este espaço está ao abandono já há várias décadas. A culpa é de todos, dos sucessivos governos e do poder local que nunca se pôs em bicos de pés a dizer ‘nós estamos aqui e têm de nos ouvir e resolver isto’.”

“Não trabalhamos para a próxima eleição”

O projeto, sublinha a candidata, não tem caráter eleitoralista:

“O objetivo não é trabalhar para a próxima eleição, o objetivo é trabalhar para a realização da cidade.”

Escola profissional ligada à agricultura e ofícios

A proposta da AD passa por instalar em Vila Fernando uma escola profissional de ofícios com ligação direta à agricultura e suas áreas complementares:

“Será uma escola ligada à agricultura, e não apenas para agricultores. Falamos também, por exemplo, da área da pecuária, de eletricistas que percebam de máquinas de campo, de carpintaria, canalizadores. Todas as profissões se ligam na agricultura. Claro que a agricultura será sempre o fio condutor.”

“Queremos acabar com este estigma”

Margarida Paiva defende que esta escola pode dar resposta à falta de mão de obra especializada em várias áreas e, ao mesmo tempo, combater preconceitos sociais em relação ao ensino profissional:

“Existe um complexo na sociedade de que os jovens dos cursos profissionais não são tão qualificados como os outros. Só não quiseram estudar na universidade. É a única diferença. Estão aptos para trabalhar, queremos acabar com este estigma e criar condições para crescerem.”

Atrair e fixar jovens em Elvas

Para a candidata, a escola deve servir tanto jovens de Elvas como de toda a região, mas com prioridade para que a formação se traduza em fixação no concelho:

“Queremos cursos profissionais para elvenses, mas também para jovens de fora, que depois possam ser absorvidos no mercado da região Alentejo, preferencialmente no concelho de Elvas. O objetivo não é cozinhá-los e deixá-los fugir. Não! é atraí-los para cá.”

Habitação: “Continuar o que está a ser feito, mas com realismo”

Questionada sobre soluções para a habitação em Elvas, Margarida Paiva, candidata da Aliança Democrática (AD), defende que é necessário avaliar primeiro a realidade do concelho:

“Continuar o que está a ser feito. Fazer uma avaliação das casas que existem e das necessidades, conjugar tudo e ver o que falta ou o que sobra. Não adianta dizermos que vamos fazer 50 fogos se não existem pessoas para lá meter dentro. Da mesma maneira que não vamos dizer que não vamos construir se continuar a existir a necessidade de mais 100 pessoas terem casa. Só se houver necessidade. Não teorizamos. Somos práticos e realistas.”

Margarida Paiva propõe isenção de IMI no Centro Histórico de Elvas: “Quem cuida, não paga; quem não cuida, paga o dobro”

“A autarquia tem o poder de isentar o IMI e não o fez porque não quis”

Margarida Paiva, candidata da Aliança Democrática à Câmara Municipal de Elvas, destacou a necessidade de aplicar isenção de IMI no Centro Histórico, classificado pela UNESCO, como medida para valorizar o património e impulsionar a economia local.

“A autarquia tem o poder de isentar o IMI no Centro Histórico e não o fez porque não quis. A isenção do IMI tem um objetivo claro: que o Centro Histórico tenha vida. Para quê? Turismo, economia e a cidade a alavancar.”

“De que adianta vender uma cidade que está suja e envelhecida?”

A candidata sublinha que a preservação dos imóveis é essencial para dar atratividade à cidade:

“De que adianta vender uma cidade que está suja, caída, envelhecida, prédios feios? O Centro Histórico tem de estar bonito. E por isso as pessoas têm de o cuidar. E isso tem custos. É por isso que existe a isenção do IMI.”

“Quem cuida, paga zero; quem não cuida, paga o dobro”

Margarida Paiva explicou o mecanismo de incentivo à recuperação dos imóveis:

“Uma pessoa tem uma casa no Centro Histórico, por exemplo pagava 100 euros de IMI. Mas com a isenção, e porque cuida dela, passa a pagar zero. Mas se não cuida, paga 200. É isto: majoração do IMI no Centro Histórico para quem não cuida.”

IRS e concessão da água

Quanto ao IRS, a candidata refere que a política se mantém:

“O IRS vamos manter igual. Aprovámos em reunião de Câmara e Assembleia e é para manter.”

Relativamente à concessão da água, fatura da água e resíduos sólidos, Margarida Paiva considera que o tema não será abordado publicamente até à apresentação oficial do programa, a 11 de setembro:

“Este é um não assunto até 11 de setembro, dia em que vamos apresentar oficialmente o programa da candidatura. Portanto, é um assunto que está em análise.”

Margarida Paiva: “Gostaria que me dissessem: custou, mas valeu a pena”

“Queria uma cidade nova”

Questionada sobre a Elvas que gostaria de deixar no final de um eventual mandato, a candidata da Aliança Democrática, Margarida Paiva, foi enfática:

“Gostaria que me dissessem: custou, mas valeu a pena. Queria uma cidade nova. Critico o atual autarca por falar muito do passado, mas também tenho saudades de uma coisa no passado, que é subir a rua de Alcamim e levar um encontro no ombro direito, um encontro no ombro esquerdo. É que agora eu subo a rua e não vejo ninguém. Gostava de ver gente, pegar no carro, ir até a nova zona industrial e ver empresas a funcionar, esplanadas cheias de pessoas.”

Mensagem aos indecisos: “A cidade-referência é possível voltar a ser”

A candidata deixou uma mensagem direta aos eleitores que ainda não decidiram o voto:

“Acreditem que é possível ver tudo o que descrevi anteriormente. A cidade-referência que fomos é possível voltarmos a ser. Vai demorar, é certo. Elvas não se vai fazer num dia, mas algum dia tem de começar. E o dia é o dia 13 de outubro. Têm de acreditar, porque é possível.”

“Vão ser eleições surpreendentes”

Sobre o ambiente político e o cenário eleitoral em Elvas, Margarida Paiva prevê uma corrida competitiva:

“Acredito que vão ser umas eleições surpreendentes.”

Cenários pós-eleitorais e coligações

A candidata não ignora a presença de partidos emergentes como o Chega:

“Quem ignora o Chega é louco.”

E sobre possíveis coligações em caso de vitória sem maioria:

“Sou uma boa conversadora e, portanto, parto do princípio que nenhum candidato quer o mal da cidade. E que nenhum candidato, e se calhar estou a ser ingênua, põe os seus interesses pessoais à frente da cidade. Se não for eleita para governar, não posso governar. Eu só posso coligar com uma pessoa: a Tânia Rico, atual vereadora do PSD na Câmara Municipal de Elvas e número 2 da lista da AD. Porque só assim me consigo ver. Não me consigo ver coligada com mais ninguém. Serei opositora sempre. Se for votada para vereadora, lá estarei. Contem com a minha oposição. Seja com quem for. Se for eleita para presidente da Câmara, é o que serei: Democrática, sujeita a sufrágio e ao seu resultado. Respeitá-lo, seja ele qual for.”

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