Luís Mourinha regressa à corrida autárquica em Estremoz


Ex-presidente recandidata-se pelo MIETZ com a motivação do “apelo das pessoas”
A Perspetiva entrevistou Luís Mourinha, candidato pelo Movimento Independente por Estremoz (MIETZ) às eleições autárquicas de 2025. Antigo presidente da Câmara de Estremoz durante vários mandatos, primeiro eleito como independente pela CDU e depois pelo MIETZ, Mourinha foi afastado do cargo em 2019, na sequência de uma condenação por prevaricação com perda de mandato. Agora, regressa à corrida eleitoral e explica as razões da sua decisão.
“70% da minha motivação são as pessoas, 30% é a minha”
O candidato afirma que a sua recandidatura resulta sobretudo do contacto direto com a população:
“A motivação, 70% é das pessoas de Estremoz que me abordam sistematicamente na rua, os outros 30% é a minha. A maior parte das pessoas não sentiram que o atual presidente esteve próximo delas, não sentiram a facilidade de falar com as pessoas, de tratar as pessoas de igual forma, e isso está no meu ADN. Portanto, por muitas voltas que deem, não conseguem.”
Segundo Mourinha, foi o “apelo e chamamento” dos estremocenses que o fez voltar:
“Fui eleito várias vezes e foi com os votos deles. Agora, não aceitar também estava a desvalorizar a mim e a eles. Perdendo ou ganhando, não perco nada. Se ganhar, ganho mais um estatuto, mais um nível. Se perder, fico no nível anterior, mas eles ficam mais contentes se eu ganhar.”
A proximidade com a população como marca
Mourinha recorda que sempre privilegiou o contacto direto com os munícipes:
“A minha satisfação de ser presidente de Câmara não é a minha satisfação própria, é a satisfação que vejo nos olhos das pessoas quando as coisas são feitas e as beneficia diretamente. Isso é que faz a gente ficar na política.”
E sublinha que nunca foi um político de “cerimónias”:
“Ficar na política para andar a passear e a fazer cerimónias não me dá gozo. Aliás, o que me custa mais são as cerimónias oficiais, gosto é de estar junto das pessoas.”
“Aprendi muito com as pessoas simples”
Ao recordar o seu percurso, o candidato evoca exemplos concretos do que considera ser a sua forma de estar:
“Quando regressei, estava aqui uma ribeira de saneamento, à entrada de Estremoz, e faltava tapar aquilo. Estava lá há anos, desde o início, e eu disse: quando entrar, tenho de fazer aquilo. Assim que entrei, disse aos meus funcionários: aquilo tem de ser feito.”
E acrescenta:
“Aprendi muito com as pessoas simples, mesmo quando estava no cargo. As pessoas apanhavam-me na rua e diziam: ‘Você arranje lá aquilo’. O prazer é mandar arranjar aquilo e depois ver a alegria da pessoa finalmente. E é isso que movimenta boa parte dos políticos, penso eu.”
Projeto político e prioridades do MIETZ
Quanto ao futuro, Luís Mourinha traça as principais linhas da sua candidatura. Entre os objetivos estão:
- Gestão da água: manter o controlo municipal deste recurso.
- Habitação, saúde e apoio social: com destaque para os idosos do concelho, considerados prioridade.
- Fundos comunitários: apresentação de candidaturas em várias áreas, “como sempre fizeram”.
- Juventude e desporto: aposta na criação de condições e atividades para os mais jovens.
- Infraestruturas: melhoria de equipamentos, estruturas e da rede viária.
- Educação: reforço das condições para escolas e alunos.
A candidatura apresenta-se sob o lema: “Orgulho no passado, confiança no futuro.”
Economia, emprego e desenvolvimento industrial
Questionado sobre as prioridades para o desenvolvimento económico e criação de emprego no concelho, Luís Mourinha recorda o trabalho feito nos seus mandatos anteriores e apresenta planos para o futuro:
“Já foi desenvolvido nos meus mandatos anteriores a Zona Industrial dos Arcos e Veiros e agora pretendemos desenvolver mais. Temos de retomar em Estremoz, fazer uma nova Zona Industrial, porque há a procura, e se queremos que a cidade cresça, temos de ter zonas para a instalação de empresas.”
O candidato detalha a intenção de criar uma nova Zona Industrial:
“Esta nova Zona Industrial pretende localizar-se na zona norte, saída para Borba, entre a futura Variante e a cidade de Estremoz. Será de dimensão equivalente à dos Arcos, com outras valências, essencialmente para pequenas e médias empresas, porque as grandes podem fazer noutro local diretamente. Vamos fazer uma proposta de alteração do PDM – Plano Diretor Municipal – porque já existem condições para desenvolver a zona numa área definida.”
Sobre capacidade e dimensão, Mourinha prefere não comprometer-se antecipadamente:
“Não posso referir, porque tem de ser feito um projeto. O interessante é desenvolver a proposta e só então se fará o levantamento de todos os pormenores. Temos de preparar a cidade para o futuro e criar uma zona onde quem nos procura tenha respostas e possibilidades.”
Luís Mourinha quer instituto científico do vinho e aposta em turismo diferenciado


Candidato do MIETZ apresenta propostas para valorizar setores estratégicos em Estremoz
Questionado pela Perspetiva sobre como pretende valorizar os setores estratégicos do concelho, nomeadamente o mármore, vinho, agricultura e turismo, o candidato do Movimento Independente por Estremoz (MIETZ), Luís Mourinha, destacou várias áreas de intervenção e deixou propostas concretas.
Instituto científico do vinho em colaboração com universidades
Mourinha revelou a intenção de criar em Estremoz um pólo de investigação vitivinícola:
“Queria criar aqui em Estremoz um instituto, em colaboração com as universidades, um instituto científico de desenvolvimento do vinho. Desenvolver técnicas e melhorar o vinho e a vinha, em colaboração com algumas empresas aqui instaladas e com os vitivinicultores.”
Questionado se este projeto poderá integrar a Capital do Vinho, que envolve os municípios de Alandroal, Borba e Redondo, o candidato respondeu:
“Se eles quiserem participar, podem. Se não, a Câmara de Estremoz avança com este núcleo científico dos vinhos, para combater e estudar os problemas da vinha e desenvolver novas castas em colaboração com instituições e universidades.”
Turismo: “Temos de dar corda aos sapatos”
Sobre o turismo, Mourinha defendeu a necessidade de maior dinamização e rapidez na resposta da autarquia aos investidores:
“Manter a promoção, porque o turismo aqui não se desenvolveu mais. Hoje nota-se muitas cidades em que o turismo está a sufocar. Nós aqui temos a possibilidade de acolher vários empreendimentos e há procura para outros. Isso beneficia, neste momento, uma área de turismo com poder económico.”
O candidato alertou ainda para casos de desmotivação de investidores:
“Estive num evento há pouco tempo em que me disseram que, enquanto este presidente cá estiver, não investem em Estremoz porque foram maltratados. Às vezes até no relacionamento, onde não se percebe o que a pessoa quer e tem aquilo em stand-by. São todos investimentos privados.”
Entre os projetos citados está o Museu de Arte Africana da Fundação Berardo e a possibilidade de um hotel rural de cinco estrelas na freguesia da Glória.
Turismo de natureza e Serra d’Ossa
Mourinha vê potencial no turismo ligado à natureza e aos trilhos:
“Temos turistas que vêm de bicicleta, que gostam de fazer trilhos e aí temos de arranjar uma solução intermédia para que parem em determinados sítios, façam despesas, criar pequenos núcleos de visita para que gastem.”
O candidato apontou ainda a requalificação de uma antiga escola na Serra d’Ossa como hipótese para criar um ponto de apoio turístico:
“Podia ter ali uma infraestrutura em que tivesse casas de banho, sítio para tomarem banho e venda de produtos da zona. A nível turístico não está bem explorado, mas se houver instalação de hotéis na zona da Serra d’Ossa vai ser melhorado naturalmente.”
Bonecos de Estremoz com espaço privilegiado
Questionado sobre os Bonecos de Estremoz, classificados como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, Mourinha considerou que merecem maior destaque:
“Nós construímos o centro interpretativo dos Bonecos de Estremoz. Agora podemos fazer mais coisas, mas o meu foco está mais direcionado para problemas mais graves que a cidade tem. Embora considere que os Bonecos de Estremoz estão com força no mercado, pode-se valorizar mais.”
O candidato defende um espaço diferenciado para os bonecos, sobretudo em eventos como a FIAPE:
“Acho que a zona de ouro tem de ser dos Bonecos de Estremoz, que é a zona principal. Não podemos misturar sapatos, bordados e bonecos. Tem de ter um espaço privilegiado e destacado. Vamos aproveitar melhor este potencial.”
Luís Mourinha faz da água prioridade da sua candidatura


“A água tem de ficar na posse exclusiva da autarquia”
O candidato do Movimento Independente por Estremoz (MIETZ), Luís Mourinha, assumiu que a questão da água é uma das principais preocupações da sua candidatura à Câmara Municipal de Estremoz nas próximas eleições.
Sobre o futuro da gestão da água, Mourinha foi claro:
“A água, neste momento, é ficar na posse exclusiva da autarquia, porque nas eleições anteriores havia as seguintes possibilidades: ficar as águas na gestão da Câmara. Agora, o que lá está não sabe bem. Tanto parecia que queria ir para as Águas de Portugal, até mandou fazer um estudo, e depois abandonou o estudo porque nós fizemos do tema prioridade de campanha em manter as águas no município. O atual presidente já veio dizer que o projeto das Águas de Portugal não serve. Portanto, isto é de quem não sabe o que é que quer.”
Problemas estruturais na rede de abastecimento
Mourinha aponta falhas graves na rede, sobretudo na distribuição em alta:
“Estamos com graves problemas de ruturas, por não terem sido reparadas atempadamente. No meu tempo já fiz grande parte de uma infraestrutura para ir buscar água ao Álamo, mas está a meter água com baixa densidade de emissão. É preciso que o nível de pressão se mantenha o mais estável possível, porque se baixa muito rebenta com as condutas, que são antigas e têm de ser renovadas.”
O candidato sublinha que o depósito central tem de manter-se sempre a 70% de capacidade para garantir o abastecimento:
“Se o depósito não tiver a meio, a pressão baixa e afeta o abastecimento da cidade. Hoje os consumos são superiores e provavelmente vai ter de se estudar e eventualmente fazer um depósito novo, porque a bomba não pode estar a trabalhar 24 horas. O investimento terá de ser feito e poderá rondar os 6 a 7 milhões de euros.”
“As águas passaram-lhe ao lado”
Mourinha critica ainda a atuação do atual executivo:
“A resolução do problema nestes 4 anos não teve a ver com valores, mas com falta de dedicação. A questão de fundo é que as águas passaram-lhe ao lado. Agora é que se lembrou de abrir um concurso para uma rede, mas esqueceu-se do principal. A rede em alta é que está a dar problemas, não é a baixa. As ruturas são fáceis de identificar, porque quando há zona verde num território seco é porque ali há qualquer coisa. Se tiver numa conduta é porque está rota, muito ou pouco, mas está.”
Onde vai buscar o dinheiro?
Questionado sobre o financiamento necessário para resolver o problema, o candidato respondeu:
“Segundo o governo vai haver investimento para o setor das águas e saneamento, porque quem está há muitos anos nisto sabe que quando os governos apertam, abre a torneira e há lá dinheiro para tudo. Precisamos de fazer uma renovação parcial do abastecimento de água em alta, das captações aos depósitos de água, e eventualmente um depósito novo.”
Valorização dos trabalhadores municipais
Para Luís Mourinha, a reorganização dos serviços e a valorização salarial dos funcionários são igualmente essenciais:
“Um motorista de máquinas de arrasto ou de uma moto niveladora não pode ganhar 800 euros, porque lá fora ganha 1500. A Câmara tem equipamentos, mas os trabalhadores mais antigos estão a reformar-se. Um técnico superior, que acaba a formação, vai logo ganhar 1400 euros. Então porque é que um indivíduo com experiência e saber do ofício não há de ganhar o mesmo?”
O candidato defende salários justos para atrair e reter trabalhadores especializados:
“Temos de contratar para essas áreas e pagar bem. As pessoas que conduzem veículos de transportes públicos e máquinas de grande porte têm de ser bem pagas.”
Luís Mourinha: “Fixar jovens não é fácil. O que estamos a registar é mais reformados a vir viver para cá”
Candidato do Movimento Independente por Estremoz defende requalificação da Escola Sebastião da Gama e mais vagas em creches
“Temos de antecipar as resoluções das situações. Se é preciso fazer, fazemos”
Em entrevista, o candidato do Movimento Independente por Estremoz (MIETZ) à Câmara Municipal, Luís Mourinha, abordou uma das maiores preocupações do concelho: a criação de emprego e a fixação dos jovens.
“É a parte mais difícil, porque não é fácil manter cá os jovens. Quem vai para a universidade acaba por ter outros contactos, e o país está desenvolvido no sentido das grandes cidades, que é onde há mais oportunidades. Aqui vamos ficando com pouca margem para ter empregos de qualidade”, afirmou.
Segundo Mourinha, “qualquer dia temos muitos empregos, mas com baixos salários, dando para viver com alguma estabilidade. Quem quiser ganhar mais e ter mais qualidade de vida tem de ir para fora. Há dias encontrei dois jovens de Estremoz, um está na Suíça e outro em Inglaterra, porque ganham muito mais. Se ganhassem mais aqui, também consumiam mais”.
“A Câmara transformou-se numa empresa de contabilidade”
Questionado sobre o papel da autarquia na fixação dos jovens, o candidato não escondeu o desafio:
“Fixar jovens não é fácil. O que estamos a registar é pessoas reformadas que optam por vir viver para cá. É mais uma dificuldade. Para haver emprego jovem tem de existir empresas que captem os formados”.
Mourinha critica ainda a delegação de competências do Estado para os municípios:
“Com a delegação de competências, a Câmara transformou-se numa empresa de contabilidade para pagar a funcionários da escola e da saúde. Defendo que as escolas deviam ter competência distrital, para estar mais perto da capital de distrito e ter um circuito de escolas onde podiam fixar-se os professores. A determinada altura, o professor que é de Estremoz havia de acabar por conseguir vir para cá. E isso também era uma mais-valia”.
“A Escola Sebastião da Gama tem de ser alvo de requalificação”
O candidato MIETZ considera a requalificação do parque escolar uma prioridade.
“A Escola Sebastião da Gama tem de ser requalificada. Vamos ver. Mas tenho de fazer uma avaliação primeiro. Há uma sala que está a rachar e tem de se verificar. Uma parte do colégio antigo, se estivesse em condições, podia estar a funcionar como creche ou pré-primária. Agora, assim, não dá para fazer nada”.
Creches e IPSS’s: “Andamos sempre a correr atrás do prejuízo”
Outro dos temas centrais é a falta de vagas nas creches de Estremoz. Mourinha sublinha:
“A competência de gestão é das IPSS’s. Porquê? Não faz sentido. A autarquia pode é construir, mas temos de dar a exploração a um privado ou às IPSS’s. Aqui há falta de vagas. Há mais procura que oferta. É outro problema. Andamos sempre a correr atrás do prejuízo”.
O candidato admite alternativas:
“Temos de antecipar as resoluções das situações. Se é preciso fazer, fazemos. E contactamos as IPSS’s para aferir do interesse na exploração. Porquê é que não poderia ser uma associação de pais, com os apoios necessários, a fazer a gestão? Não percebo”.
Luís Mourinha: “Queremos criar uma equipa municipal para apoiar os idosos nas pequenas coisas do dia-a-dia”
Candidato do MIETZ defende proximidade às famílias mais vulneráveis
“Uma enfermeira pode integrar a equipa, para garantir que os idosos têm medicação e consultas em dia”
Em entrevista, Luís Mourinha, apresentou propostas concretas para o apoio às famílias e, em particular, à população mais idosa do concelho.
“Queremos fazer uma aproximação a duas velocidades, porque há situações em que as pessoas não querem dizer que precisam, mas a população a pouco e pouco vai sabendo das necessidades e quem precisa”, sublinha.
Apoio direto em casa dos idosos
O candidato defende a criação de um novo equipamento municipal para chegar diretamente às famílias mais vulneráveis:
“Queremos ter um equipamento para chegar aos idosos e pessoas e famílias de baixos rendimentos, porque às vezes é preciso arranjar alguma coisa lá em casa e nós podemos dar essa ajuda e esse apoio”.
Mourinha explica ainda a proposta:
“Criar uma equipa municipal de duas pessoas para fazer trabalhos e apoios aos idosos com pouca mobilidade e ajudá-los nas pequenas coisas do dia-a-dia que são necessárias”.
Parceria com o centro de saúde
Outra das medidas passa pela articulação com os serviços de saúde:
“Teremos de fazer também uma reunião com o centro de saúde para ver as equipas que eles têm, porque pode haver zonas que não estão a ser abrangidas e a Câmara pode tomar conta dessas zonas em parceria com os médicos”, referiu.
O candidato acrescenta que a própria equipa municipal poderá integrar uma profissional de saúde:
“Por exemplo, ter uma enfermeira nessa equipa de apoio que veja se as pessoas têm os comprimidos todos, se fazem as medicações certas, as consultas, transmitir essa informação aos médicos de família, marcar consultas, enfim, tudo o que seja necessário nesse âmbito”.
“Há mais de 30 anos já se sabia que iam faltar médicos”
Sobre a falta de médicos, Mourinha recorda que este é um problema antigo:
“No meu primeiro mandato, por volta do ano 89, tive uma reunião com o presidente do Sindicato dos Médicos e já ele me dizia, na altura, que se não aumentassem a produção de médicos iriam faltar. Isto já se sabe há 30 anos, há mais de 30 anos. Portanto, eu não consigo perceber porque é que há falta de médicos”.
Luís Mourinha: “Vamos reduzir as taxas de construção ao mínimo possível”
Candidato do MIETZ defende política fiscal no limite mínimo e aposta em construção a custos controlados
“Não concordo com o primeiro direito. Construir em Estremoz não pode ter os mesmos preços que em Lisboa”
Luís Mourinha, defende uma política fiscal de continuidade e apresentou propostas para enfrentar os problemas da habitação no concelho.
Fiscalidade: impostos no mínimo e cortes nas taxas de construção
“Em política fiscal, Estremoz já começou a fazer, no meu tempo, a redução máxima de impostos municipais. Está tudo no limite mínimo”, recorda Luís Mourinha.
O candidato sublinha que a prioridade está agora nas taxas ligadas ao setor da construção:
“O que queremos reduzir são as taxas de construção, para dinamizar este setor. Vamos fazer uma redução para dois ou três anos, nas licenças, conforme o que for necessário”.
E acrescenta:
“Quando chegar à Câmara, vou ter de verificar as receitas e despesas, e qual a receita dessa área. Se não valer a pena, porque é pouco, até podemos reduzir a taxa a zero. As Câmaras não ganham nada em terem taxas elevadas, em que a determinado período recebe-se muito dinheiro e depois esquecem-se que o recebimento daquele dinheiro é ocasional”.
Habitação: construção nova e custos controlados
No tema da habitação, Luís Mourinha rejeita o modelo atual:
“Não concordo com o primeiro direito. Defendo a construção a custos controlados, mas para isso também têm de mudar as regras, porque as entidades privadas ou públicas também têm de ter um preço de renda mensal acessível às famílias”.
E critica a lógica de financiamento:
“Não se ganha nada em dizer que têm mil milhões para investir em habitação, se depois eles não sabem o que é que as pessoas ganham. Construir em Estremoz tem um preço diferente do que em Lisboa, e o financiamento tem de se basear também nos rendimentos das pessoas e analisar as rendas que podem pagar”.
Identificação das necessidades antes da construção
Mourinha garante que, caso seja eleito, o processo será claro e transparente:
“Primeiro tem de se fazer uma avaliação das necessidades e das tipologias necessárias, e isso é para fazer logo que tomemos posse. Faremos um edital para que as pessoas se identifiquem e digam o modelo de casa que necessitam, do T0 ao T3 ou T4. Só a partir daí é que podemos desenvolver um projeto. Não dizemos que vamos fazer 150 casas, e para quem? Não”.
Quanto ao modelo, esclarece:
“Será sempre um cenário de renda, mas deve ficar uma cláusula em que a pessoa pode adquirir quando quiser. E tenho propostas para fazer aos bancos para que as coisas possam andar mais depressa”.
Construção nova como prioridade
O candidato defende que a prioridade tem de ser a construção nova:
“A base é a construção nova, porque é muito mais rápido do que a reconstrução, apesar de em alguns sítios poder ser o indicado. Não fechamos a porta à reconstrução”.
E deixa críticas ao modelo de requalificação:
“Se vamos para outros modelos, como a recuperação de edifícios antigos, recupera-se um, tem de se abrir um concurso, para quem é que vai, concorrem em 300, depois vai para quem? Ninguém acredita que aquilo não foi escolhido. Esse modelo é que tem de ser retirado. Por isso defendo a construção nova, porque é mais prática”.
Luís Mourinha levanta questões sobre segurança
Candidato do MIETZ fala de “poucos problemas de segurança” mas exige esclarecimentos sobre actos de menores e critica ausência de intervenção pública
Na entrevista, o candidato do Movimento Independente por Estremoz (MIETZ), Luís Mourinha, abordou o tema da segurança no concelho, afirmando inicialmente que “aqui há poucos problemas de segurança”, mas levantando várias críticas quanto à resposta das autoridades a incidentes concretos e proferindo comentários polémicos sobre a comunidade cigana local.
Mourinha mostrou preocupação com episódios em que, segundo o seu relato, grupos de jovens terão contribuído para a propagação de incêndios:
“O que é que se faz quando se vê um grupo de miúdos a ajudar o incêndio a crescer? Saiu nas notícias, os bombeiros a apagar num lado e os miúdos menores a incendiarem no outro. Não sei como é que ficou esse assunto. Nas notícias em Estremoz, ninguém mais falou nisso. Fecharam-se todos em copas. Se houve atuação do Estado, o povo não chegou a saber, e isso é que é mau. Temos de saber o que aconteceu.”
O candidato questionou também a eficácia das medidas aplicadas aos menores apanhados nesses episódios:
“Quando são apanhados, ficam em casa, ficam com pulseira eletrónica. O que é que aconteceu? A população tem de saber o que lhes aconteceu. Toda a gente deduz que não aconteceu nada. Isso é que é mau.”
Incêndios e zonas problemáticas
Mourinha apontou ainda para uma repetição anual de focos de incêndio junto a áreas habitadas por comunidades de etnia cigana, atribuindo a ocorrência a falta de manutenção e limpeza da zona:
“Há fogos todos os anos ali junto à comunidade de etnia cigana porque não cortam as ervas. Na zona em frente ao continente.”
Luís Mourinha confiante em vitória e aberto a entendimentos pós-eleitorais


Candidato do MIETZ acredita que os estremocenses “têm saudades de Mourinha” e aponta a água como primeira prioridade caso regresse à presidência da Câmara
O candidato Luís Mourinha, de 69 anos, funcionário público aposentado e rosto do Movimento Independente por Estremoz (MIETZ), encerrou a entrevista com declarações de forte confiança no resultado das eleições autárquicas de 2025.
“A minha perspetiva é de vitória”
Mourinha não esconde o otimismo:
“A minha perspetiva sobre estas eleições é de vitória. É o sentimento que eu tenho. Eu faço a avaliação quando vou sozinho na rua.”
O candidato ilustrou com um episódio vivido recentemente:
“Fui tirar sangue para análises e, à saída, encontrei uma senhora que me disse: ‘Lá vamos nós outra vez, não é?’. E eu respondi: ‘Pois, e acho que vou ganhar’. E ela disse: ‘Vai, vai’. Disse acrescentando que ouve toda a gente a dizer o mesmo. Este sintoma é que me interessa, não é os outros que estão fechados dentro dos seus partidos e dos seus apoiantes.”
“Não preciso fazer muita campanha”
Mourinha considera que a sua ligação ao território continua a ser um trunfo:
“Eu não preciso fazer muita campanha, porque são as pessoas que fazem. E nas redes sociais, isso é para o nacional; no local as pessoas ainda falam umas com as outras.”
E acrescenta:
“Onde apresentamos candidaturas, vamos ganhar em todas. Aqui em Estremoz é onde há mais concorrência, mais para a junta do que para a Câmara. Eu acho que na Câmara, os resultados nem vão ser renhidos.”
Relação com os partidos: PS possível, PSD descartado
Sobre coligações pós-eleitorais, Mourinha admite entendimentos com os socialistas, mas fecha a porta a um entendimento com o PSD liderado localmente por Sónia Ramos:
“Com o PS é possível negociar qualquer entendimento ou coligação. (…) A única vantagem que o PSD tem, e é pouca, é ter o Governo da mesma cor. Mas o meu principal adversário é o José Daniel Sádio, não é a Sónia Ramos.”
Criticou ainda o atual presidente socialista:
“Ele é impossível ir sozinho e convidarem-no para beber um copo e ele aceitar. Não se sente bem em lado nenhum, só gosta de falar de estratégias. Ele não tem o lado humano, não há empatia.”
Cenários eleitorais previstos pelo candidato
Mourinha traça dois cenários possíveis para a distribuição de mandatos:
- Cenário 1: MIETZ 3, PS 3,PSD 1
- Cenário 2: MIETZ 4, PS 2, PSD 1
O candidato acredita ainda que o Chega terá um impacto “muito fraco” no concelho:
“O Poeiras ainda era conhecido, mas o atual candidato do Chega não fala com ninguém.”
“O povo tem saudade de Mourinha”
A confiança do candidato resume-se numa frase:
“O MIETZ está confiante na vitória porque Estremoz e as suas gentes têm saudade de Luís Mourinha.”
Primeira medida: a água
Quanto à primeira medida a implementar em caso de vitória, Mourinha coloca a questão da água no topo das prioridades:
“Fazer um levantamento, perceber qual é o problema real que existe e fazer um projeto para a conduta das Techocas, para a captação da água em cerca de 5,5 km.”











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