Quando morre um artista ficamos todos um pouco órfãos, vazios de alguém que fez parte das nossas vidas, uma perda sempre irreparável. Esse sentimento perpassa por nós, mesmo entre aqueles para quem essa coisa das artes não enche barriga. Essa a morte pública, feita de recordações de momentos que o artista nos ofereceu.
No cÃrculo mais estrito, fica a perda do ser humano na intimidade, o filho, o irmão, o pai. Esse, só os Ãntimos conhecem, sem pintura na cara e luzes de palco.
O actor talentoso, vigoroso, lutador, companheiro leal num meio de tanta falsidade, partiu.
Colegas e admiradores choram a sua saÃda de cena e eu com eles.
E o miúdo, a luz dos olhos do pai que venceu tudo na vida , menos a morte?
Para ele que não conheço, como também mal conhecia o actor nos bastidores , vai o meu abraço.
E, sem grandes exercÃcios metafÃsicos posso garantir ao rapaz, que o João Ricardo não deixou o Rodrigo, aquele que era, muito mais do que a profissão, o seu projecto de vida.
Não haverá menino a fazer pantomima na rua a receber moedas pretas ou um circo para começo do sonho de ser actor.
Rapaz, recordo as palavras de Mia Couto que com a sua sensÃvel sabedoria das coisas da vida, um dia escreveu:- A mãe é eterna…o pai é imortal!
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