Miguel AntunesOpinião
7 Novembro, 2016

Elvas, todo um concelho

Há contudo um território ao redor da cidade que tem potencialidades e que devem ser valorizadas, pois estas retroalimentarão a notoriedade mutua (...) As freguesias rurais têm muito que oferecer a quem visita Elvas.

O centro histórico de Elvas e todas as suas fortificações, forte de Santa Luzia, forte da Graça, fortins do séc. XIX e o Aqueduto da Amoreira foram classificados como Património Mundial a 30 de junho de 2012 pela UNESCO, reconhecendo que esta praça-forte é um exemplo da arquitetura castrense do séc. XVII e um dos melhores exemplos da primeira escola holandesa de fortificar, reconhecendo-a como a maior fortificação seiscentista de fosso seco do mundo. Um orgulho que Portugal mantem e que é o testemunho de como um pequeno estado europeu lutou contra a hegemonia das grandes nações da época.

Esse facto levou a que nos últimos anos a cidade de Elvas aumentasse o número de visitantes e turistas no seu centro histórico, recuperasse alguma notoriedade nacional e esteja já posicionada entre os destinos ibéricos preferenciais para os viajantes. A promoção turística do Alentejo hoje não se entende sem a menção a Elvas, enquanto que os organismos nacionais do setor também passaram a incluir a cidade raiana nos seus roteiros patrimoniais. Elvas cidade está num processo de afirmação turística que vai trazer novos desafios e oportunidades de negócio, que se traduzirão seguramente no aumento de emprego e riqueza para o concelho.

Há contudo um território ao redor da cidade que tem potencialidades e que devem ser valorizadas, pois estas retroalimentarão a notoriedade mutua. Elvas é um concelho de castelos e fortalezas. Juntemos ao património antes mencionado o alvo castelo de Fontalva, o castelo e fortaleza de Barbacena, as atalaias e torrões que existem por todo o concelho.

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Típicas chaminés alentejanas em São Vicente

As freguesias rurais têm muito que oferecer a quem visita Elvas. São Vicente apresenta um núcleo urbano rural com as típicas chaminés que é um exemplo invejável no Alentejo, além de um património arqueológico que deve ser valorizado. Em Barbacena podemos ler o perímetro do seu antigo castelo e um património construído em que destacam as antas e uma ponte da época romana. E assim cada uma das aldeias e vilas do concelho de Elvas que têm a ofertar razões que deverão levar os visitantes a permanecer mais tempo no território do concelho, aumentando as suas estadas, favorecendo a economia elvense, onde a gastronomia, tradições e festejos populares têm um papel dinamizador importante.

A promoção de Elvas está definitivamente encaminhada, a participação nas feiras internacionais de turismo e a integração nos circuitos dos operadores turísticos devem ser reforçadas, mas esse trabalho será mais frutífero se deixarmos de ser uma paragem, para conhecer as fortificações de Elvas, e nos transformemos num produto com incentivos vários que transformem os nossos visitantes em turistas que pernoitem, comam e comprem num concelho que tem uma diversidade de ofertas complementares e atrativas.

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