Carlos RodriguesOpinião
29 Julho, 2016

Ainda acerca de Pokemon Go…

Sejamos racionais, Pokemon Go não é uma epidemia, é apenas um alvo facilmente criticável porque está na montra – e o que está na montra está sujeito às críticas do comprador e do transeunte – daquele que sabe do que fala e daquele que pouco sabe e fala.

Muito se tem falado deste jogo que resulta da parceria entre a Nintendo, a Pokémon Company e Niantic Inc. Esta última, uma empresa de desenvolvimento de software que já havia lançado e testado a tecnologia de realidade aumentada com o menos badalado Ingress, no qual o usuário de Android ou IOS procurava portais virtuais colocados em locais estratégicos do espaço real. Não é portanto no motor de jogo que Pokemon Go se diferencia, mas sim na utilização desta ferramenta como catapulta para o ressurgimento da série que marcou uma geração, a de 90 – e que trás consigo bastante nostalgia adjacente.

Naturalmente, e como qualquer coisa que caia nas graças de milhões de pessoas (note-se que Pokemon Go é líder de downloads na Playstore e na App Store), o jogo tem dividido os críticos. Uns desdobram-se em incontidos elogios, outros consideram o jogo uma praga social, causadora de perturbações mentais, futilidade viral e até todo o tipo de acidentes – desde atropelamentos, despistes, choques frontais, etc.

Como toda a gente, eu tenho a minha opinião e quase como toda a gente, tenho o jogo instalado no meu smartphone.

Sejamos racionais, Pokemon Go não é uma epidemia, é apenas um alvo facilmente criticável porque está na montra – e o que está na montra está sujeito às críticas do comprador e do transeunte – daquele que sabe do que fala e daquele que pouco sabe e fala. Pokemon Go não é o primeiro videojogo do mundo – e ao contrário de quase todos os outros videojogos faz com que as pessoas saiam de casa, interajam com o mundo real, conheçam outras pessoas e/ou descubram a própria cidade. E no fundo, funciona como uma coleção de cromos – o utilizador apanha e coleciona pequenas criaturas virtuais.

Mais, funciona como um guia turístico que dá a conhecer os pontos históricos e/ou culturais de cada cidade. Além disso, ainda fomenta um espirito de colaboração entre pessoas que têm um objetivo comum – catch `em all.

Que há de tão errado nisso?

O que não é justo é relacionar esta febre pelo jogo com todos os problemas do mundo. O mundo já estava doente antes de Pokemon Go existir. A indiferença que existia face ao mundo continua a existir, mas agora, há mais uma causa de diversão – e acontece em paralelo com o mundo real – talvez até ajude à reaproximação com factuais problemas.

Portanto, quem joga Pokémon Go que usufrua do tempo em que o faz, quem não quiser jogar, que deixe de dar ao jogo uma importância que ele não tem.

Há coisa mais simples?

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