Existem alturas no nosso percurso em que existe a necessidade de fechar um ciclo, para podermos avançar com a nossa vida.
Há muito tempo que estava refém de um estado de espÃrito tóxico, com o qual lidava diariamente, ansioso, com a tristeza e com raiva, sentimentos que envenenam a nossa alma, suprimindo qualquer gota de energia.Â
O livro que hoje disponibilizei na Internet tornou-se, nos últimos meses, um empecilho, um obstáculo, um tormento que não me permitia fechar o ciclo que iniciara no inÃcio da licenciatura. A verdade, é que depois de ter tirado o curso, afundei-me num túnel de incerteza, sem qualquer esperança no futuro.
A ausência de resultados tornou-se numa frustração, que deu lugar ao vazio e em magoa, porque caro leitor, a minha vida tem sido muito dura, muito injusta e muito cruel, ninguém a não ser eu mesmo, consegue aguentar tanto tempo mantendo nÃveis de racionalidade estáveis.
E nos últimos dias a paciência esgotou-se, para com as pessoas, para com a editora, para com outros projetos, porque existe um limite de dor que um ser humano aguenta.
Se olharmos para a minha vida, tenho lidado com drama atrás de drama, desde o abandono dos meus pais, os maus tratos da famÃlia de acolhimento, o crescer numa instituição, levar com o preconceito da sociedade a toda a hora, é tudo muito muito duro.
Não foi a melhor forma de tratar de um projeto literário muito bem conseguido, mas a realidade é que cheguei ao meu limite.
É um alÃvio ter-me visto livre deste projeto, acho que independentemente de todo o processo ter sido um desastre, o facto de ter conseguido que qualquer pessoa, independentemente da sua classe social, tenha acesso ao meu livro já é em si gratificante.Â
“É tempo de fazer a tal viagem, conhecer Itália, nomeadamente, Florença, para poder respirar e pensar sobre a minha vida”


Agora! É tempo de dizer chega, é tempo de fazer a tal viagem, conhecer Itália, nomeadamente, Florença, para poder respirar e pensar sobre a minha vida, sobre o meu futuro, porque acabo este ciclo com uma tristeza enorme.
Não sou de ferro! Ao contrário do que as pessoas pensavam, há muito que já andava de rastos, mas agora já não me importo de mostrar a forma como me sinto.
Caro leitor! Escrever para si têm sido um dos poucos prazeres que tenho tido desde que finalizei a licenciatura, e tenho que agradecer à perspetiva por ser um órgão de comunicação social que não avalia cronistas com base no estatuto social ou intelectual.
Obrigada a todos por me lerem mensalmente!







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