Nuno Mocinha venceu sem margem para contestação as eleições autárquicas em Elvas. Confesso que não esperava outra coisa mas ao mesmo tempo conservei sempre dúvidas em relação à conquista ou não de uma maioria absoluta.
Os números não mentem e os resultados estão aí! A vitória só não é mais esmagadora por “meia dúzia” de votos que podiam ter colocado mais um eleito do Partido Socialista na Câmara Municipal de Elvas em detrimento do terceiro elemento eleito pelo movimento independente Elvas Nosso Partido liderado por Rondão Almeida.
Interpreto estes resultados como um voto de confiança a Nuno Mocinha e à equipa que o acompanha mas também um sinal de reconhecimento pelos últimos quatro anos. O segundo lugar no escrutínio para a lista encabeçada por Rondão Almeida prova que os elvenses não esquecem quem muito fez pela cidade e pelo concelho mas acima de tudo acreditam que podemos voltar a ver sinergias unidas entre Mocinha e Rondão.
Acompanhei os debate da Rádio Elvas e da Rádio Campanário e algumas das entrevistas dos candidatos. Registei as ideias de cada um. Considero que estas foram eleições democráticas e de elevado respeito entre os concorrentes ao ato eleitoral. Há quanto tempo não tínhamos seis candidatos à Câmara Municipal de Elvas? Quando tivemos, antes de Manuela Cunha, uma candidata no feminino com a ambição de chegar à cadeira do poder? Isso é de saudar em prol da sã democracia.
Em termos de análise, julgo que venceu o candidato que melhor preparado está para ocupar o gabinete presidencial da rua Isabel Maria Picão. Nuno Mocinha cresceu como político ao lado de Rondão Almeida mas soube sair da sombra do anterior presidente e deixar a sua marca. Elvas modernizou-se, soube dar um passo em frente no futuro e o mérito é todo de Nuno Mocinha. O novo executivo traz gente nova como Cláudio Carapuça que só pode dar pontos extra aos próximos quatro anos de governação socialista.
Mas ao mesmo tempo não posso afirmar que Rondão Almeida não estivesse igualmente preparado para voltar a ser o presidente dos elvenses. O antigo presidente da autarquia continua a querer trabalhar em prol dos elvenses e o que fez em 20 anos não pode ser apagado pela história. Acredito, ainda assim, que é tempo de dar lugar às novas ideias mas que Rondão Almeida pode fazer parte delas. A conjugação de ideias de dois grandes homens como Mocinha e Rondão só pode ser boa para Elvas e para os elvenses.
Mas já que falei em preparação para governar, parece-me importante dizer, agora que o ato eleitoral já passou, que a lista encabeçada por Nuno Mocinha me parece mais coesa, moderna e experiente do que aquela que Rondão Almeida tinha por companhia. Se juntas podem funcionar? O tempo o dirá mas quero acreditar que sim! A verdade é que Nuno Mocinha e o Partido Socialista saem reforçados destas Eleições Autárquicas 2017.
O grande derrotado destas eleições em Elvas acaba por ser o PSD que prejudica ao mesmo tempo o CDS-PP. Vamos por partes: Luís Caldeira Fernandes é um homem inteligente, preocupado com a cidade e com o concelho e com vontade de trabalhar. Mas ao mesmo tempo mostrou falta de preparação para a tarefa a que se candidatava. Nos debates e entrevistas onde participou não conseguiu ter uma voz que lhe permitisse convencer o eleitorado. Teve enormes dificuldades em explicar ideias e pontos de vista. Tendo eu a Comunicação como formação académica consigo rapidamente concluir que foi neste vetor que falhou rotundamente.
O CDS-PP de Tiago Abreu fica com um sabor agridoce destas eleições. A satisfação pela conquista da Assembleia de Freguesia de Vila Fernando e Barbacena tem o revés da perda de assento no executivo camarário. Porém, dado o caminho político de Nuno Mocinha e Rondão Almeida, podemos continuar a afirmar que o CDS-PP continua a ser a primeira voz da oposição em Elvas, perdendo, no entanto, expressão neste ato eleitoral. A divisão de votos com o PSD foi prejudicial e a democracia também perde.
A fechar estas contas dos votos: usar a palavra Expressão com CDU e Bloco de Esquerda na mesma frase é coisa que não faz sentido em Elvas.
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