Milhares de Roncas nasceram nas últimas décadas pelas mãos do mestre Luís Pedras, na olaria do Castelo de Elvas. É provavelmente o único produtor do país e Estremadura espanhola e quiçá da Península Ibérica.
A Ronca é um instrumento musical, membranofone de fricção, com origem no Continente Africano e introduzido na Península Ibérica no século XVI.
Consiste num pote de barro, que serve de caixa-de-ressonância, com uma membrana de pele no bocal atravessada por uma cana, emitindo um som peculiar. O instrumento está ligado há séculos aos cantos do Natal de Elvas.
Na noite de Natal, na cidade de Elvas, grupos de homens percorrem as ruas da cidade, cantando em altas vozes, em coro, trovas ao Menino Jesus, acompanhadas pelo som áspero da Ronca. Somente pelo Natal é que este instrumento é ouvido.
Pedras faz roncas de diversos tamanhos e cada uma delas é única. A decoração é fruto da inspiração do artista.
Para fazer uma ronca, Luís Pedras comunga os quatro elementos: A terra (o barro); a água que a molda; o ar que a seca e o fogo que a transforma.
São necessárias cerca de oito horas e sujeitá-las a altas temperaturas para que a sua sonoridade fique perfeita.
Uma vez colocada à temperatura 1009 graus é necessário aplicar a pele e a cana. A ronca está na sua origem ligada a rituais de fertilidade e iniciação sexual nas tribos africanas.
As roncas feitas por Luís Pedras já deram a volta ao mundo, pois há mais de 20 anos que as produz. Recentemente desenvolveu o projeto “O Renascer da Fénix”, como forma de recuperar este instrumento ancestral.
Pela sua olaria do Castelo passam diariamente dezenas de turistas que se revelam intrigados com a “peculiaridade” de tal objeto musical e consideram-no “bizarro”, ao mesmo tempo que lhe reconhecem a originalidade.
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