Já fui cão, gato, serpente e burro.
Fui fogo terra e água.
Fui sombra, porto de abrigo, pedra, sola de sapato e tapete.
Fui semente, filha e sou mãe.
Fui homem e mulher, nunca monstro e sempre bela.
Nunca mordi ninguém, não tenho sete vidas, não dei a provar do meu veneno a ninguém e só servi a um só amo.
Deitei-me fogo e dormi com o ar.
Comi quanta terra outros quiseram, desejando que o mar cuspisse a maior vaga e me pusesse de novo a descoberto.
Perdi a sombra, fechei o porto de abrigo, da pedra fiz uma calçada, da sola de sapato um marcador de livros e do tapete fiz um quadro.
Fui semente e filha em solo árido. Os filhos que pari lá saberão quem sou.
Sou mulher de um só homem e homem de uma só mulher e sou também do mundo.
Quem disser que não é um pouco de tudo, mente! Mente até morrer e, nesse momento, será um POUCO tarde para TUDO.
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