O fabrico de produtos em pele é uma das tradições da região de Elvas, mais precisamente da freguesia da Terrugem. Algumas famílias estão ligadas a este setor de atividade há várias gerações, como é o caso da família Magarreiro.
Gaspar Magarreiro, 50 anos, há 26 anos a trabalhar a pele começou profissionalmente num escritório, mas a sua veia criativa depressa denunciou o seu talento para outras modas.
“Comecei por fazer vestidos para as bonecas das minhas irmãs”, revelou o empresário à reportagem da Perspetiva.
O início teve como matéria-prima a pele, mas há alguns anos introduziu a cortiça, aplicando os mesmos procedimentos e técnicas já conhecidas. Para além de outras vantagens, a cortiça tem origem vegetal, ao contrário da pele, que é de origem animal, o que em termos ambientais é mais aceitável nos dias de hoje.
Gaspar Magarreiro, proprietário da Artipel, é o Empresário do Mês, na rubrica da Perspetiva. A empresa fabrica carteiras, malas, sapatos e diversos acessórios, integrados em coleções de estação inspiradas nas tendências de moda atuais.
O sucesso dos produtos advém da qualidade da matéria-prima que chega sobretudo do sul da Europa, como Espanha, Portugal e Itália.
Ausência de formação na área
Na área produtiva, todos os vinte colaboradores entraram na empresa ainda muito jovens pelo que já contam com muitos anos de experiência em seus ofícios, e por isso, são muito qualificados. Porém, a formação tem sido sempre interna pois não existem escolas ou centros de formação na área.
“É uma lacuna que identificámos. Quando nos deslocamos ao Centro de Emprego não encontramos mão de obra qualificada para as funções que pretendemos e também não existem formações”, lamenta o empresário.
90% dos consumidores são estrangeiros
Os artigos da marca Artipel, totalmente “made in Portugal”, podem ser encontrados em lojas localizadas nos aeroportos de Lisboa e Porto, em Coimbra, Óbidos, Batalha, Terrugem (Elvas) e Évora. Todos locais de alto interesse turístico.
“Sabemos que quem mais adquire os nossos produtos são os turistas ( 90%) e, por isso, somente nos localizamos em locais que correspondam a essa procura, embora já tenhamos sido aliciados para outras zonas”, afirma.
Índice de exportação entre 15 a 20%
Atualmente, o índice de exportação dos produtos da marca localiza-se entre os quinze e vinte por cento, chegando a mais de vinte países, sendo que os que representam maior volume de negócios são França, Suiça e Estados Unidos.
No futuro mais próximo o objetivo é aumentar a presença da marca no mercado internacional, nomeadamente no Brasil e China.
Rita a sucessora de Gaspar Magarreiro
Rita magarreiro, 28 anos, formada em economia , é a natural sucessora de Gaspar à frente dos destinos da empresa.
Rita reconhece a responsabilidade em manter a marca no patamar de qualidade e excelência em que atualmente se encontra, mas assume estar preparada para o desafio. Como objetivo a médio e longo prazo, Rita pretende apostar na internacionalização da marca.
Volume de Negócios a crescer
Em 2013, o objetivo da empresa era ultrapassar um milhão de euros. Meta que foi atingida e desde então tem vindo a crescer em volume de negócios. Na altura em que a crise bateu à porta do país, Gaspar Magarreiro optou por investir .
“Em 2014 investimos entre 400 a 500 mil euros e, desta forma, combatemos um período difícil”.
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