No âmbito da Semana Europeia das Regiões e Cidades do Comité das Regiões, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA) e a Junta da Extremadura organizaram uma jornada de trabalho esta quarta-feira, dia 30 de novembro, no Centro de Negócios Transfronteiriço, em Elvas.
Logística, transportes e comunicações: para um novo cenário no sudoeste ibérico e europeu é o título das jornadas que têm como objetivo dar a conhecer a repercussão das políticas europeias no âmbito regional e difundir boas práticas e conhecimentos especializados em matéria de desenvolvimento regional.
Nuno Mocinha: “Projeto tem de avançar”
Nuno Mocinha, presidente da Câmara Municipal de Elvas, lembrou que este é “um tema muito caro para a região”, alertando as entidades presentes que “mais do que apreciações e ideias, precisamos é de ver os projetos concretizados (…) já falámos muito sobre este tema e o que os nossos territórios necessitam é de concretizações”.
O autarca elvense lembrou que do lado espanhol a questão da ferrovia “já é uma realidade, mas do lado português nem tanto”. O edil continua a defender que o troço onde passará a ferrovia deveria ser considerado “território europeu e ter uma gestão nesse sentido”.
Nuno Mocinha advertiu ainda para o facto de “a ferrovia de mercadorias estar decidida em Portugal, existindo a intenção do governo avançar com a ligação no primeiro semestre de 2017”.
Roberto Grilo: “Marco histórico de início de ação”
O presidente da CCDR Alentejo, Roberto Grilo, disse esperar que estas jornadas signifiquem “um marco histórico com início de ação, uma vez que andamos a discutir este tema há décadas (…) em Elvas aguardamos o início das obras da estação até ao Caia e que, em 2017, seja concretizada a ligação do Caia a Évora”.
Ainda de acordo com este responsável, “o esforço deste investimento deverá contribuir para que o Alentejo tire cada vez mais partido da sua ligação ao restante território nacional e por conseguinte à Europa”.
Roberto Grilo apelou ainda ao Presidente da Junta da Estremadura para que “continue a pugnar pela ligação da ferrovia entre Badajoz e Madrid”.
Helena Freitas: “Este projeto deve receber o apoio do Estado”
Helena Freitas, coordenadora da unidade de missão para a valorização do interior no governo português substituiu nestas jornadas o Ministro-adjunto do Governo de Portugal.
Na sua intervenção, esta responsável considerou que esta realidade de cooperação intensa “é um dos territórios que melhor exemplifica a cooperação transfronteiriça” e que o mesmo, no âmbito “do programa nacional é um dos projetos mais estruturantes de ligação entre as regiões do Alentejo, Algarve e Estremadura espanhola”.
A representante do governo português advertiu ainda que este (ferrovia) é um “dos projetos que deve receber apoio do Estado”.
Guillermo Vara: “Temos de constituir um lobby”
O presidente da Junta de Extremadura, Guillermo Fernández Vara, começou a sua intervenção evocando o tema das fronteiras e a necessidade de apostar na “livre circulação de comunicações”, considerando que o lado português deve ser visto como “um aliado”, até porque os interesses da Estremadura “estão aqui deste lado”.
Para Guillermo Fernández Vara é necessário constituir “sem complexos um lobby, porque é assim que funciona a Europa. Temos de nos unir pelo corredor Portugal-Espanha”.
O presidente da Junta de Extremadura anunciou ainda que do lado espanhol, as obras da plataforma logística do sudoeste ibérico devem arrancar para a próxima semana, proporcionado “desenvolvimento e emprego” para aquela região da estremadura espanhola”.
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