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2 Janeiro, 2025

O ano escaldante ou não talvez não!

"Mas quando estivermos cansados de diabolizar Trump, temos sempre a Guerra interminável da Ucrânia (...) se o jornalismo cair serão substituídos por players cujo o objetivo não é informar mas sim manipular".

O ano de 2025 promete ser escaldante, com direito a boas entradas e grandes fogos de artifício , temos reservado várias temporadas de conteúdo televisivo quer ao nível cinematográfico, quer ao nível noticioso, quer ao nível de debates intermináveis nas televisões com comentadores que falam de tudo e mais alguma coisa, como se fossem especialistas em todas as áreas do conhecimento , as redes sociais que se preparem para se encher de indignação com tudo aquilo que irá acontecer neste vasto ciclo noticioso.

O ano irá iniciar-se com a presidência de Donald Trump que promete revolucionar o mundo novamente, assinando provavelmente no seu primeiro dia de presidência vários decretos presidenciais que irão ter um enorme impacto social e económico tanto nos Estados Unidos como no resto do planeta.

Uma das suas primeiras medidas é o combate à imigração ilegal, todos aqueles que estiverem clandestinos terão cartão vermelho e terão de abandonar o país, sejam eles criminosos, dreamers ou simplesmente meros escravos que trabalham horas e horas por meia dúzia de tostões, não há exceções. 

Só este primeiro ato de Trump irá dar horas de comentários televisivos contra o presidente americano , “o tirano chegou à casa Branca” será essa a narrativa que irá ser estabelecida, lá terei de assistir à parcialidade de Luís Costa Ribas com os seus comentários moralistas e pouco rigorosos, o mesmo correspondente internacional que raramente nos reportou da perda de capacidade cognitiva de Joe Biden durante a sua presidência, lá terei de assistir a reportagens filtradas e tendenciosas sobre a América.

Com isto não estou a desculpar os atos que irão ser executados por Trump, que violam a dignidade humana, mas também não posso criticar o facto de os americanos não quererem migrantes vindos de países cujo a violência social é elevada, é quase o mesmo de abrirmos a porta de casa a toda a gente sem sabermos de onde vêm e quais as suas intenções. 

Mas quando estivermos cansados de diabolizar Trump, temos sempre a Guerra interminável da Ucrânia, onde temos o privilégio de assistir a peças televisivas sobre o heroísmo do presidente ucraniano e do seu exército, onde a análise dos temas são quase sempre feitas de forma tendenciosa quer nas televisões, quer nos jornais,  onde os factos são por vezes distorcidos para que não nos questionemos a razão para financiarmos uma guerra que a Ucrânia já perdeu.

Se a atualidade internacional não for suficiente  para agarrar a atenção do telespectador, ouvinte, leitor e internauta, talvez olhemos para o que se irá passar neste lindo país à beira mar, onde dois temas ao nível político irão dominar o ciclo noticioso que são as eleições autárquicas e as eleições presidenciais de 2026.

Nas eleições autárquicas teremos diversas fontes de entretenimento, poderemos ver como é que o Chega define os seus candidatos, uma vez que não tem pessoas competentes nos quadros do partido, os militantes desta organização partidária são gente que têm como principal qualificação na sua página de Facebook “a escola da vida” ou seja, são pessoas sem qualquer literacia, sem qualquer conhecimento da vida política, sem noção da realidade social, económica do país em que vive, não é de admirar que o pseudo humorista Ricardo Araújo Pereira os use como bobos da corte.

Depois temos os liberais que pertencem à Iniciativa Liberal, que são compostos  por gente revolucionária, que olha para o mundo com uma visão muito individualista, para eles tudo se gere à base nas leis do mercado esquecendo-se das pessoas que precisam do estado social, e isso irá fazer com que este partido não tenha muito sucesso ao nível das eleições autárquicas, pois, a sua visão sobre o país difere e muito da visão do português comum que está habituado a ter tudo gratuito, se vivêssemos num país decente e evoluído talvez a iniciativa liberal tivesse mais sucesso, mas vivemos em Portugal onde a ignorância, a estupidez e mediocridade são as variáveis dominantes da nossa sociedade.

Outro dos desafios será assistir à mini série chamada “A morte do PCP” Como todos sabemos o partido comunista é uma espécie de cadáver que ainda não foi enterrado, falta chamar o coveiro, que poderá ser ou partido socialista, ou o Chega que são os principais concorrentes do eleitorado velho do Partido Comunista.

Já quanto ao partido socialista e o PSD “o filme será quem conquista Lisboa e Porto” é um pouco mais do mesmo, é uma espécie de curta metragem aborrecida, pois, na minha opinião nada muda entre estes dois partidos, Carlos Moedas têm feito basicamente o mesmo que Fernando Medina fez em Lisboa, que é a política social de oferecer casas a toda a gente que lhes bata à porta, e transportes públicos para todos.

O bloco de esquerda será o filme de sempre ” combater a extrema direita” os dirigentes do bloco, mais os seus poucos militantes e simpatizantes(jornalistas) , são um conjunto de lunáticos raivosos que vivem numa bolha onde tudo gira há volta do racismo, xenofobia, e preconceito, mas são eles os mais preconceituosos, e juntamente com o chega são os principais incitadores do ódio político, um pouco à semelhança da iniciativa liberal, a visão do bloco não é a mesma da visão do português comum, pois, o que importa para uma pessoa normal é ter trabalho, casa e uma boa vida de qualidade e não questões ideológicas fomentadas no ódio, e por isso tal como o PCP, o bloco está condenado à mesma sentença, daqui a uns anos já não será relevante.

Não vou falar para já nas eleições presidenciais de 2026, pois não sofro de ansiedade, e não preciso de audiências para sobreviver, sobrevivência é essa a questão dos media tradicionais, pois por mais acontecimentos que haja, por mais notícias que se escrevam, por mais comentários que se façam, uma coisa é inevitável, a comunicação social está em queda vertiginosa, pois, um pouco por todo o mundo a confiança no jornalismo já não existe. 

E a culpa é dos próprios jornalistas, que são tendenciosos quer na cobertura política a nível nacional como a nível internacional, a falta de profissionalismo e de isenção é em si uma falta de respeito perante a sociedade.

É a sua arrogância moral e tratamento jornalístico tendencioso que faz com que as pessoas se afastem e procurem soluções alternativas, o problema é que muitas dessas soluções são piores que os média tradicionais, porque o jornalismo credível só pode ser feito por gente qualificada  que saiba distinguir o que é verdade e o que é mentira.

Se os média continuarem a fazer uma cobertura jornalística tendenciosa, irão perder a pouca credibilidade que ainda têm, e a pouca audiência que ainda registam , e irão ser substituído por gente sem ideia daquilo que está a fazer, porque existe algo que é fundamental, as pessoas irão sempre querer estar informadas. 

E se o jornalismo cair serão substituídos por players cujo o objetivo não é informar mas sim manipular. 

Por isso, no próximo ano façam uma cobertura justa quer durante o primeiro ano de presidência de Donald Trump, quer na guerra da Ucrânia, quer noutros acontecimentos, esforcem-se para relatar a realidade como ela é, e não como queriam que fossem. 

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