Júlio IsidroOpinião
12 Setembro, 2016

Alguns Diferentes, Todos Iguais

Esta vontade de vencer as limitações quase nos envergonha nas nossas queixas do dia a dia. São estes que fazem da diferença a integração na sociedade.

Tenho acompanhado os Jogos Paralímpicos Rio 2016. Vi a cerimónia de abertura e registei a alegria, a força anímica e a esperança nos sorrisos de todos os participantes num desfile de enorme significado humanitário.
Enquanto espectador, sinto os Olímpicos e estes Paralímpicos de forma diversa. Nos primeiros admiro a superação de super atletas, o enorme trabalho e esforço que pode significar a conquista de um décimo de segundo ou um centímetro.
Nestes vergo-me perante a grande vitória de cada um dos atletas desde logo vencedores sobre si próprios.
A natureza ou a vida, fez deles diferentes, mas a sua recusa de marginalização, piedade ou caridadezinha merecem medalhas de ouro num mundo que vive nestes contrastes. O pior e o melhor, o sentido da vida e o culto da morte, a humanidade e a desumanidade.
Os Jogos Paralímpicos são para mim, provavelmente um sonhador, uma das iniciativas mais brilhantes da sociedade actual.
Tenho três filhas e dois netos que a natureza brindou. Mas se algum deles fosse diferente, teria muito orgulho em vê-lo não desistir e lutar todos os dias pelo direito a uma vida em plenitude.
Se há competição no mais exemplar espírito olímpico, ela acontece nestes jogos e iniciativas semelhantes.
Esta vontade de vencer as limitações quase nos envergonha nas nossas queixas do dia a dia. São estes que fazem da diferença a integração na sociedade.
O contrário, para os que se incomodam com a suposta imperfeição de alguns dos seus semelhantes e que os definem como deficientes, seria o apuramento da raça, uma solução final de terrível memória.
Quero acreditar que nós os privilegiados, devemos aplaudir de pé todos os participantes nos Paralímpicos e fazer algo por todos aqueles que estes representam. E são muitos mais.
O meu louvor para os pais e familiares de meninos diferentes, para as instituições que os tratam e acolhem e para quem voluntariamente se empenha na melhoria das suas condições de vida.
E já agora, parabéns à RTP pelo seu programa de transmissões. Se algo é serviço público, ist

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