O Presidente da Comissão Nacional da UNESCO, Embaixador José Filipe Moraes Cabral esteve em Campo Maior, esta segunda-feira, 10 de dezembro.
A visita teve por objetivo dar a conhecer alguns dos projetos a decorrer atualmente em Campo Maior, nomeadamente o Projeto de Requalificação da Fortificação Abaluartada de Campo Maior.
Recebido no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o embaixador teve a oportunidade de ficar a conhecer o estudo prévio à requalificação do sistema de fortificações abaluartadas de Campo Maior.
No âmbito deste processo foi feito o levantamento das anomalias e danos estruturais e será concretizada a requalificação do espaço público contido pela fortificação, bem como o interior do castelo.
Ricardo Pinheiro enumerou ao Presidente da Comissão Nacional da UNESCO as principais intervenções que vão ter lugar na sequência desta intervenção:
Será feita uma galeria de arte para exposições temporárias; um arquivo de arqueologia e sala temática; Sala de eventos no antigo trem de artilharia para receções oficiais e palestras. Este espaço será “altamente tecnológico”, anunciou Ricardo Pinheiro.
Ricardo Pinheiro: “Desafio será replicar técnicas construtivas”
De acordo com o autarca, “mais do que o desafio da requalificação, temos o objetivo de dotar todo o processo de um fator de diferenciação”.
Ricardo Pinheiro explicou que essa diferenciação irá passar pela “visão em seguir as técnicas e modelos construtivos à época, replicando-os o mais fielmente possível”.
O autarca realça que as intervenções que estão a ser efetuadas no monumento “são feitas com base nas técnicas primárias com que este projeto foi idealizado há 400 anos atrás”.
A requalificação irá permitir também a criação de um Centro de Interpretação das Fortificações de Campo Maior; a Sala do Silêncio onde será recriada a noite de 16 de setembro, com a trovoada e rebentação do paiol.
Turismo: “Temos de ser assertivos”
Ricardo Pinheiro sublinhou a importância do turismo em todo este processo e na ambição do município em fazer crescer esse setor, nomeadamente através das Festas do Povo (candidatas a Património Imaterial da Humanidade) e a par das obras de requalificação do património que atualmente decorrem.
Pinheiro defendeu que 2019 será um ano importante para continuar a trabalhar nestes processos para que em 2020, “Campo Maior seja reconhecido pelo investimento público em património abaluartado e com a realização das festas do povo”.
O embaixador José Filipe Moraes Cabral alertou para a escassez da capacidade hoteleira na vila e, nesse sentido, aconselhou que devem ser desenvolvidas práticas para colmatar atempadamente essa lacuna.
Ricardo Pinheiro explicou que tem de ser desenvolvido um trabalho para a captação de unidade hoteleira, sendo que a solução pode passar também pela requalificação de edifícios devolutos .
Requalificação da fortaleza de Campo Maior
A requalificação abrange toda a área de muralha que vai do Baluarte da Boa Vista ao Meio Baluarte do Curral dos Coelhos, incluindo Meio Baluarte de S. Sebastião e Capela de S. Sebastião, o Mártir Santo.
Os trabalhos estendem-se a uma extensão de muralhas com cerca de 1600 metros de comprimento e uma altura média de 10 metros. O traçado da fortificação é abaluartado e forma um polígono irregular de 10 lados com alguns troços já desaparecidos.
A fortaleza integra um castelo, que detém ainda duas das suas seis torres originais, um fosso, que é visível em quase toda a extensão da muralha, e uma série de baluartes.
A intervenção vai implicar movimentos de terra, a reabilitação de alvenarias da fortificação, paredes de taipa, revestimentos, redes de águas, de esgotos e pluviais, instalações eléctricas e calçadas.
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